Encerramento do Seminário Económico

Hungria
12 de Abril de 1999


Senhor Presidente da República da Hungria
Senhor membros dos Governos húngaro e português
Senhores empresários
 
Desejo, antes de mais, agradecer a honrosa presença do Senhor Presidente Goncz no encerramento deste seminário, uma iniciativa que visa reforçar o nosso entendimento e conhecimento mútuos numa área de uma tão grande importância no contexto das relações entre a Hungria e Portugal.

As relações económicas e comerciais entre os nossos dois países têm-se desenvolvido de uma forma crescente, ocupando a Hungria o primeiro lugar, entre os países da Europa central, como destino das exportações portuguesas. As exportações húngaras para Portugal têm também aumentado, embora exista ainda um largo espaço para o seu desenvolvimento. No campo da criação de empresas mistas e do investimento português, a nossa cooperação tem tido igualmente um desenvolvimento importante, traduzindo a internacionalização crescente da economia portuguesa.

Mas cabe reconhecer que muito há ainda a fazer para que o nosso relacionamento económico e empresarial corresponda às potencialidades que um e outro país oferecem, no quadro de um espaço europeu crescentemente integrado.

O reforço do nosso relacionamento económico tem de ser visto no quadro do contexto europeu que nos é comum.

Portugal tem apoiado, sem reservas nem hesitações, o processo de alargamento da União Europeia. Temo-lo feito por convicção, por coerência democrática, por razões que se prendem com a nossa própria experiência histórica, porque acreditamos que existe uma ocasião única para fazer a unidade da Europa na base de um vasto espaço de crescente progresso económico e social, de estabilidade e de segurança democráticas.

A nossa adesão às Comunidades Europeias constituiu um acontecimento de profundas consequências para Portugal, tendo sido o principal impulsionador da abertura completa da nossa economia, da modernização do nosso tecido produtivo, da adaptação das empresas e da sociedade portuguesa em geral às grandes transformações da economia mundial.

A adaptação de Portugal ao modo de funcionamento do espaço comunitário tem constituído um inegável sucesso, traduzido num crescimento económico apreciável, a par da abertura da sociedade portuguesa a novas atitudes e valores. Tratou-se de um grande esforço, que mobilizou de uma forma considerável os nosso recursos e capacidades, e que nos permitiu fazer parte do grupo fundador da moeda única europeia.

O impacto da adesão às insituições europeias nos sectores empresariais dos nosso dois países constituiu um dos temas centrais do seminário que agora se conclui.

Temos, na matéria, uma apreciável experiência que está, naturalmente, à disposição dos nossos parceiros húngaros.

Uma outra área, que deve merecer a nossa atenção particular, diz respeito à indispensável internacionalização das nossas economias para poder fazer face, com eficácia, às profundas transformações no funcionamento do sistema internacional.

Estas transformações, particularmente aceleradas nos últimos anos, têm colocado naturais problemas de adaptação a todas as economias, sem excepção. A interligação entre os mercados, o seu considerável alargamento espacial, impõem que as empresas enfrentem, com determinação, a concorrência internacional, que conquistem parceiros noutros países, que penetrem novos mercados no exterior.

São exigências que se têm colocado aos empresários portugueses de forma crescente, mas posso dizer que muitos deles se têm sabido adaptar, de uma forma eficaz, a este novo modo de funcionamento da economia mundial, aproveitando as oportunidades que se lhes oferecem.

As exposições feitas neste seminário terão ilustrado as nossas perspectivas e experiências concretas e positivas neste importante domínio.

O encontro que agora encerramos deve ser visto no quadro de um relacionamento estreito e regular entre os agentes económicos dos dois países. Regozijo-me que novas iniciativas estejam já previstas, como sejam a deslocação a Portugal, no próximo Outono, de uma missão empresarial húngara no domínio dos equipamentos médicos; são também muito importantes as colaborações levadas a cabo pelas associações de empresários, e quero neste quadro salientar a troca de missões que está a ser organizada pelo AI Portuensa.

São estas as vias concretas da cooperação e do entendimento mútuo que devemos trilhar.
 
 
Senhores empresários,
 
A Hungria e Portugal têm dado passos importantes, nos últimos anos, para reforçar as suas relações nos mais diversos domínios.

Pelo nosso lado, existe uma enorme vontade e abertura para consolidar o nosso conhecimento e entendimento mútuos, para aumentar as nossas trocas comerciais, apoiar os investimentos recíprocos, desenvolver as parcerias entre empresários húngaros e portugueses, promover os fluxos turísticos entre os nossos dois países.

Esta minha visita à Hungria, acompanhado de um tão expressivo número de empresários portugueses, representativos dos mais dinâmicos sectores da economia portuguesa, atesta da nossa vontade.

Este encontro e o conjunto de iniciativas já previstas expressam bem que existe uma idêntica vontade do lado dos agentes económicos húngaros.