Sessão Solene do Ano Académico de 1999 da Academia Portuguesa de Medicina


14 de Dezembro de 1999


Gostaria nesta Sessão Solene de partilhar convosco três breves reflexões.
A primeira consiste numa justa homenagem aos investigadores portugueses na área da saúde.
Disse-o recentemente no Hospital de Santa Maria, durante a semana que dediquei ao tema da Saúde, que os nossos investigadores vêm realizando um trabalho sério e persistente, por vezes em circunstâncias difíceis.
E numa altura de necessária modernização do nosso sistema de saúde, de forma a melhor responder às necessidades dos cidadãos, é oportuno reafirmar que a nossa investigação clínica tem produzido resultados da maior relevância para o prestígio e o progresso de Portugal.
Por isso sigo com muito orgulho e alegria os desenvolvimentos que, em áreas diversas das ciências médicas, vêm ocorrendo.
A segunda reflexão consiste na necessidade, reafirmada, de aumentar a capacidade de formação de profissionais do Serviço Nacional de Saúde.
Conheço o relevante trabalho das Faculdades de Medicina na reformulação do ensino médico. Será importante que surjam as condições necessárias para que a qualidade inquestionável do vosso trabalho se articule com um diferente ritmo de formação.
Como todos sabemos, um médico representa um recurso precioso, a que muitos Portugueses ainda têm dificuldade em aceder.
Mas a medicina constitui, também, uma profissão que muitos jovens altamente qualificados pretendem seguir.
O Estado tem aqui uma particular responsabilidade que, em última análise, consiste em garantir os recursos humanos necessários na área da saúde.
Finalmente os resultados em saúde.
A evolução positiva registada em muitos indicadores da saúde dos Portugueses não nos faz esquecer que os resultados são ainda modestos, quando comparados com outros países europeus desenvolvidos e com o esforço financeiro realizado em Portugal.
Em suma, a par do mais vivo reconhecimento aos investigadores, aos formadores e, em geral, aos profissionais de saúde, fica, se me permitem, também um apelo para que a responsabilidade e o compromisso que todos temos perante o País, possibilite a consolidação de um Portugal mais fraterno com quem sofre.