Almoço oferecido a Criadores e Intelectuais Mexicanos

Cidade do México (Visita de Estado ao México)
12 de Novembro de 1999


É com muito prazer que - neste segundo dia da minha visita de Estado ao México - tenho a ocasião de me encontrar com ilustres personalidades da cultura dos nossos dois países, num almoço que, para além de ser um convívio informal, quer significar e simbolizar a vontade comum de melhor nos conhecermos, naquilo que nos aproxima, como no que nos distingue.
A Cultura é, todos o sabemos, o território eleito da liberdade, da invenção, do fermento criador, da inovação, do engenho, da subversão dos códigos e, naturalmente, do conhecimento; do conhecimento de nós próprios e dos outros. Estamos pois em casa. Uma casa aberta e, felizmente, com a mesa posta. E, nesta mesa plural, temos com certeza muito que dizer, muito que ouvir, muito que conhecer.
Evocando ontem Octavio Paz e as suas leituras de Fernando Pessoa, evocámos também um encontro cultural particularmente fértil entre o México e Portugal. Creio que esse encontro, talvez o mais conhecido, mas não o único, terá hoje uma excelente oportunidade para se multiplicar.
Como Portugal, o México é, pela sua própria identidade, um país de encontros e um país que procura encontrar-se consigo mesmo, no seu passado, no seu presente e no seu caminho para o futuro. O meu desejo é que este encontro de hoje frutifique e seja apenas mais um de entre muitos outros que se lhe seguirão.
Falo-vos numa língua antiga e que hoje se renova falada por mais de duzentos milhões de pessoas, em todos os continentes- uma língua a que Pessoa chamou a sua Pátria. Falo-vos com um fascínio e admiração pela riquíssima cultura mexicana, que se expressa numa língua que nos é próxima pelo comum tronco latino de que derivamos, e em que temos justificado orgulho. Assim também as nossas duas línguas - ambas com projecção universal - sejam cada vez mais o permanente instrumento dos nossos diálogos e dos nossos encontros.
Muito obrigado a todos e a cada um de vós pela vossa presença.