Visita à Companhia de Transmissões do Exército Português integrada na Missão das Nações Unidas em Angola

Luanda
10 de Abril de 1997


É com particular emoção que me dirigo a todos vós, militares que prestam serviço em Angola ao serviço da Paz.
Quero aqui testemunhar o reconhecimento da nação pelo alto profissionalismo e pela forma valorosa como todos os soldados portugueses estão a cumprir as suas missões, quer no quadro de operações internacionais de paz, no Quartel General ou em unidades constituídas da UNAVEM III, quer na cooperação técnico militar com as Forças Armadas Angolanas.
O modo exemplar como têm desempenhado a vossa actividade, tantas vezes em situação de risco, honra Portugal e os Portugueses.
Sois todos representantes de Portugal, dos valores essenciais da paz, da liberdade e da solidariedade que definem a nossa identidade e a nossa maneira de estar no mundo.
Estou hoje aqui para sublinhar a importância da nossa presença nos esforços para consolidar a paz e garantir, com os nossos outros parceiros, a segurança nesta terra martirizada.
A vossa presença em Angola assinala a nossa determinação em cumprir, solidariamente, os deveres inalienavéis de Portugal como membro responsável da comunidade internacional.
Somos uma velha Nação e um Estado antigo para quem o cumprimento das obrigações internacionais é um dever de honra indiscutível.
Mas, para além destas obrigações, existe um dever moral importante: a defesa dos ideais de justiça, de liberdade e de convivência pacífica entre homens e culturas, valores que constituem, afinal, a base do projecto que defendemos e que são a condição para a paz e o progresso.
O relacionamento cada vez mais profundo com os Países Africanos Lusófanos é um desígnio nacional, constituído uma consensual prioridade da política externa portuguesa.
No cumprimento das suas missões em apoio à política externa do Estado e de acordo com os objectivos da Política Nacional de Cooperação, as Forças Armadas Portuguesas têm vindo a desenvolver, com assinaláveis resultados, acções de cooperação técnico-militar com os países lusófanos, abrindo portas a outras formas de cooperação a nível do estado e da sociedade civil.
Importa, por isso, manter e se possível, ampliar esta vertente militar de cooperação.
Militares
Portugal e os Portugueses têm olhos postos em vós.
Sei que podemos contar convosco pois tenho a certeza que continuarão a cumprir esta difícil missão com o profissionalismo, a dedicação, o sentido do dever e a coragem que sempre têm manifestado.
A todos um grande e reconhecido abraço.