Jantar Comemorativo do 20º Aniversário do PEN Clube

Palácio de Belém
08 de Fevereiro de 1999


É com muita alegria e muito gosto que vos recebo hoje, aqui. Como sabem, tenho estado presente na cerimónia anual de entrega dos Prémios do Pen Clube, respondendo ao vossos amáveis convites. No final do ano passado, quando um novo convite me chegou, tive a ideia de, desta vez, ser eu a convidar-vos, para assinalar, assim, a passagem dos 20 anos da criação do Pen Clube Português.
Quero dizer-vos - e este convite tem também esse significado - que o Palácio de Belém é uma casa sempre aberta aos escritores, aos homens e mulheres de cultura.
Felicito o Pen Clube por estas duas décadas de actividade em defesa da dignidade, da liberdade, da independência e dos direitos da criação intelectual.
A melhor maneira dos criadores serem úteis à sociedade é, exactamente, criando, exercendo o espírito crítico, apontando alternativas ao que parece não as ter, reflectindo e debatendo os problemas, inovando e renovando, procurando soluções, preservando a memória, imaginando o futuro, com sentido de aventura, inconformismo, audácia.
Em todo o Mundo, o Pen Internacional tem levantado a voz em defesa dos escritores perseguidos ou censurados pelos regimes totalitários. O Portugal democrático e do 25 de Abril, cujos 25 anos se comemoram este ano, está também empenhado nesse combate pela liberdade e pelos direitos humanos.
Saúdo todos os sócios do Pen Clube e aqueles que foram seus Presidentes nestes 20 anos. Um deles, David Mourão Ferreira, já não está entre nós. Presto saudosa homenagem à sua memória.
Felicito calorosamente os escritores que vão receber hoje os seus prémios. Trata-se de autores de obras notáveis, que muito têm enriquecido a nossa cultura. Agradeço-lhes por isso.
Desejo ao Pen e aos seus membros as maiores felicidades.