Congresso de Médico Dentistas


03 de Dezembro de 1998


Uma primeira palavra de muito apreço pelo resultado conseguido na Assembleia da República e que permitirá, assim o espero, contribuir, de uma forma decisiva, para um relacionamento normal entre médicos dentistas Portugueses e Brasileiros.
   
Muito apreço porque foi possível ultrapassar uma situação de distinta interpretação quanto ao exercício profissional, mas que tinha conhecidas repercussões no relacionamento internacional.
   
Muito apreço, também, pela preocupação manifestada com os conhecimentos, as capacidades e as competências clínicas, que qualquer médico dentista deve possuir.

   
A saúde dos Portugueses obriga, certamente, a que todas as entidades envolvidas - Governo, Universidades, associações profissionais - mantenham uma constante preocupação com a qualidade da formação ministrada. E que essa preocupação se prolongue, naturalmente, com a formação profissional contínua.
   
A Ordem dos Médicos Dentistas irá, certamente, desempenhar, em todo este processo, um papel da maior relevância, que terá em consideração a forte expectativa dos cidadãos na melhoria dos cuidados de saúde.
   
Afirmei, em outra ocasião, que ocupamos, provavelmente, demasiado tempo e energias com os prestadores e sobra-nos pouco para os destinatários naturais e anónimos do sistema.
   
E todos conhecemos os problemas que Portugal apresenta no campo da saúde oral.
   
Por um lado a prevalência da cárie dentária é muito elevada e por outro lado o Programa Nacional de Saúde Oral, embora apresente objectivos importantes, terá certamente dificuldades em os cumprir com a actual organização dos cuidados.
   
É chegada a altura, portanto, de alguma clarificação sobre o papel que competirá ao Serviço Nacional de Saúde neste domínio, como entidade prestadora, financiadora ou meramente reguladora.
   
Penso, porém, que a saúde oral constitui um exemplo significativo das desigualdades existentes no Sistema de Saúde.
   
Por isso vos apelo, como nota final, para que, a par da qualidade dos cuidados que sempre vos preocupou, se estabeleça, como outra prioridade, a melhoria do acesso a estes cuidados de saúde.