NOTA: "Os textos das intervenções em Timor-Leste foram estabelecidos a partir das transcrições dos registos dos improvisos do Presidente da República"

Chegada ao Aeroporto de Dili

Aeroporto de Dili, Timor-Leste
12 de Fevereiro de 2000


Minhas senhoras e meus senhores

Venho trazer um grande abraço de fraternidade e de estima depois de vinte e cinco anos a acompanhar e a viver a vossa luta pela auto-determinação e pela independência. Depois de muito sacrifício, muito luto e muito sofrimento, o caminho está aberto.

Venho também dar uma palavra de afecto e de solidariedade.

O afecto profundo que une os Portugueses e os Timorenses não precisa de ser explicado; está dentro de cada um de nós. A solidariedade vai exprimir-se no apoio aos esforços das Nações Unidas e, sobretudo, dos Timorenses que tomaram em mão os seus destinos. Será com eles que uma Pátria verdadeiramente independente, depois de uma longa luta de libertação, poderá, de facto, consolidar-se.

A todos, a minha amizade e a minha comoção.

Para Portugal, que aqui represento, a História ficou para trás e agora está à nossa frente. É para a frente que teremos de nos virar para contribuir, com o esforço internacional, da forma que melhor pudermos e soubermos, em articulação com o Conselho Nacional de Resistência Timorense e com as Nações Unidas, para tudo o que é necessário fazer por forma a que a independência se consolide e seja uma realidade.

Agradeço a todos. Espero que estes dias sejam um sinal de determinação e, sobretudo, que sejam dias de esperança, em que à unidade, permanentemente reencontrada, se some o esforço denodado para criar um País novo.

Quero desejar as maiores felicidades para os Timorenses e o Comandante Xanana Gusmão, para as Nações Unidas e o Doutor Sérgio Vieira de Mello.

Os Timorenses precisam que assim seja.

Muito obrigado