Discurso de SEXA o PR por ocasião do almoço oferecido pelo Primeiro-Ministro da Noruega, Kjell Magne Bondevik

Noruega
04 de Fevereiro de 2004


Senhor Primeiro Ministro
Minhas Senhoras e meus Senhores

Começo por lhe agradecer, Senhor Primeiro Ministro, em meu nome e no de todos os que me acompanham, a magnífica hospitalidade e as inúmeras gentilezas de que tenho sido objecto no decurso da minha estadia no vosso belo país.

Devo dizer-lhe que tenho particular gosto em realizar esta visita. A Noruega é um Estado que se impõe naturalmente ao respeito da Comunidade Internacional, pela solidez da sua democracia, pelo dinamismo da sua economia, pelo seu papel no plano internacional em favor da paz e da solidariedade internacional. É também um país com o qual temos excelentes relações, relações sólidas e confiantes, ancoradas numa ampla partilha de valores e numa larga convergência de interesses.

Vejo nesta visita à Noruega uma grande oportunidade para reforçarmos os nossos laços. No plano político não existe qualquer sombra no nosso relacionamento. Somos aliados no seio da NATO e parceiros no âmbito do Espaço Económico Europeu. Acreditamos no primado do direito internacional, no valor das instituições internacionais, na paz e na solidariedade, mas não recusamos o nosso contributo para a segurança internacional, tendo participado, tal como a Noruega, em numerosas missões internacionais de paz.

No plano económico, posso comprovar o interesse que existe por parte das empresas portuguesas, que me acompanham em grande número nesta visita, em aprofundarem uma relação que já tem um importante significado — visto estar a Noruega entre os quinze mercados mais importantes para os exportadores portugueses. Acredito que existem em várias áreas potencialidades interessantes para desenvolver o nosso relacionamento, seja através do investimento estrangeiro, das parcerias ou do comércio.

A Noruega é um país que se tem distinguido no domínio da inovação. Nos tempos em que vivemos, em que a competição económica é cada vez mais exigente, é por aí que passa o segredo do sucesso. Este é um domínio em que existem já importantes colaborações entre empresas norueguesas e portuguesas. Penso, por exemplo, no caso da Brisa e da Q Free, que desenvolveram sistemas de cobrança automática de portagens nas auto-estradas; no caso da Siscog, que concebeu um sistema integrado de planeamento e gestão de pessoal para os caminhos de ferro noruegueses; ou ainda, da New Vision, que desenvolveu um projecto de atendimento automático para os correios noruegueses. Faço votos para que se multipliquem estas colaborações.

Esta é também uma ocasião para aprofundarmos o nosso diálogo sobre os grandes temas da política internacional e sobre o estado do nosso continente.

2004 será, para a União Europeia, o ano do alargamento. A entrada de dez novos membros irá contribuir para reforçar a unidade do nosso continente e a solidariedade entre os Estados europeus. Espero que, no decorrer deste ano, possam igualmente ser concluídas as negociações para a celebração de um novo tratado constitucional, permitindo à União Europeia dotar-se de um quadro institucional adaptado às necessidades de uma União a 25 e capaz de resistir à prova do tempo.

Portugal, por interesse e convicção, quer figurar na primeira linha do processo de construção europeia. Compreendemos e respeitamos que a opção da Noruega seja diversa. Todavia, através da sua participação no Espaço Económico Europeu, bem como no Acordo de Schengen, a Noruega está fortemente associada. ao movimento de integração europeia. Por isso, quero aqui reiterar que, para Portugal, a Noruega será sempre bem vinda na União.

Espero que 2004 seja também um ano de consolidação das relações transatlânticas, depois do abalo que sofreram devido à crise no Iraque. O bom entendimento entre os Estados Unidos e a Europa é fundamental para a estabilidade mundial.

Pelas razões que apontei, estou certo que esta visita servirá para reforçar o entendimento entre os nossos dois países, para forjar novas parcerias e consolidar as já existentes, e para descobrir novos potenciais de cooperação, actualizando assim uma relação que tem sempre decorrido num clima de grande amizade e compreensão. Em nome de toda a delegação que me acompanha, desejo formular um brinde à amizade entre os nossos dois países, à saúde de Vossa Excelência e à prosperidade de todo o povo norueguês.