Inauguração da Exposição de Artistas Portugueses "30 Portugueses Artists under 40"

Noruega
04 de Fevereiro de 2004


As minhas primeiras palavras são para agradecer as presenças, para nós tão honrosas, de Sua Majestade a Rainha Sonja e de Sua Alteza Real a Princesa Martha Louise, presenças tanto mais significativas quanto sabemos o interesse que demonstram pela arte e pelos artistas. Estamos muito gratos ao Stenersenmuseet e ao seu director, Sr. Øystein Ustvedt, pela sua hospitalidade tão amiga e pela forma tão pronta e competente como acolheram esta iniciativa. A exposição que agora inauguramos quer dar uma ideia do panorama da arte portuguesa contemporânea, através da selecção de trinta artistas com menos de quarenta anos de idade, alguns dos quais têm estado presentes nas grandes bienais internacionais de arte contemporânea, numa pluralidade de linguagens, que vão da pintura ao vídeo, do desenho à fotografia, da escultura à instalação. O comissário da exposição, Pedro Portugal, a quem também agradeço a colaboração, é ele mesmo um artista plástico muito criativo e interveniente no meio cultural português.

Ao promover a realização desta exposição por ocasião das minha visita de Estado à Noruega, desejo que os noruegueses, povo que tanto admiramos, fiquem a conhecer melhor o novo Portugal, país que festeja este ano 30 anos de democracia. Somos uma velha nação de mais de oito séculos, com uma história rica que, como todas as histórias, tem luzes e sombras. Hoje, somos um país aberto que quer participar activamente nos grandes debates civilizacionais e culturais do nosso tempo. A arte contemporânea é o lugar de cruzamento de alguns dos mais importantes debates das nossas sociedades. Herdeira de uma tradição de ruptura e de irreverência, que marcou a arte no século XX, a arte contemporânea, na sua diversidade, representa um olhar crítico, criativo e tantas vezes irónico e desmistificador sobre si própria, sobre as nossas sociedades e sobre o tempo que vivemos.

Creio que tudo isto está patente nesta exposição que dedicamos ao povo norueguês como sinal de amizade - e de encontro na contemporaneidade e na invenção do futuro.