Discurso de SEXA o PR por ocasião do Encerramento de um Seminário Empresarial na Universidade de Aalesund

Noruega
05 de Fevereiro de 2004


Senhores Ministros
Magnífico Reitor
Senhores empresários
Meus Senhores

Começo por agradecer, Magnífico Reitor, as amáveis palavras de boas-vindas que acaba de me dirigir. Foi com todo o gosto que acedi ao amável convite que me foi endereçado para encerrar os trabalhos que, esta manhã, reuniram à mesma mesa, empresários noruegueses e portugueses sob os auspícios desta prestigiada escola.

Com a minha presença aqui, pretendi sublinhar a importância que atribuo ao aprofundamento das relações empresariais luso-norueguesas.
Promovê-las é, de resto, um dos principais objectivos desta Visita à Noruega. Por isso me faço acompanhar da Senhora Ministra dos Negócios Estrangeiros e do Senhor Ministro da Economia, de membros do organismo português encarregue da promoção dos Investimentos, Comércio e Turismo de Portugal (ICEP) e de uma vasta delegação empresarial, que inclui representantes do sector da banca, dos estaleiros navais, dos moldes e de outras áreas de tecnologia avançada, alguns dos quais já presentes neste país como investidores directos ou como parceiros de empresas norueguesas.

As relações económicas são hoje o grande motor do desenvolvimento da cooperação entre países. Os empresários têm aí um papel insubstituível e por isso espero que este seminário tenha contribuído para identificar novas oportunidades de negócios, de cooperação ou de investimento que, por seu turno, contribuam para a consolidação de um espaço económico europeu cada vez mais integrado.

Mas com a minha presença aqui quis ainda sublinhar o papel absolutamente determinante que os centros de ensino e de investigação detêm na construção da economia e da sociedade do conhecimento. É indispensável que os sistemas científico, tecnológico, empresarial e financeiro se articulem, fortalecendo o relacionamento entre a produção do conhecimento e o tecido económico, social e cultural.

Penso que é hoje claro para todos que a inovação científica, tecnológica e organizacional, que influencia por seu turno a qualidade do investimento, é um elemento indispensável do crescimento económico. Este é, de resto, um tema que me é caro e de que tenho feito uma das principais áreas da minha intervenção no âmbito das funções que ocupo. Os empresários portugueses sabem-no bem, até porque alguns dos aqui presentes têm acompanhado as minhas iniciativas neste domínio.

Actualmente, uma economia competitiva não é a que se baseia em baixos salários, mas sim a que dispõe de um sistema produtivo moderno, inovador e tecnologicamente avançado, capaz de produzir bens e serviços de qualidade e valorizados nos mercados internacionais.

Creio que não exagero se disser que, na sociedade do conhecimento e da informação em que vivemos, a inovação é o mais importante factor de competitividade. A própria produtividade também depende da inovação em sentido amplo, designadamente na organização do trabalho, na diferenciação e qualidade dos produtos e na estratégia de comercialização.

Sei que esta Universidade constitui um bom exemplo da articulação dos sistemas científico, tecnológico e empresarial e tem desenvolvido um papel muito activo e dinâmico como polo de inovação, com um impacto claro no desenvolvimento desta região, contribuindo assim para o reforço da coesão económica e social do país. O sofisticado simulador de navegação marítima, que acabo de visitar, é disto mesmo uma expressão acabada, ilustrando claramente o relacionamento entre a produção de saberes, o conhecimento e o tecido económico.


Meus amigos

Portugal e a Noruega, embora distantes, têm pontos em comum, interesses convergentes e complementaridades a desenvolver. Estão ambos inseridos no mesmo espaço económico e participam do mesmo movimento de globalização. As bases da competição entre economias alargaram-se e os mercados unificaram-se.

Perante a sempre crescente pressão competitiva, que atinge quase todos os mercados de bens e serviços, torna-se indispensável desenvolver uma cultura empresarial de cooperação internacional, criar redes inter-empresariais ágeis, promover a circulação alargada da informação e dos conhecimentos, acelerar e diversificar as interconexões entre espaços nacionais e internacionais.

A Noruega é uma economia competitiva, dispõe de um sistema produtivo moderno, inovador, tecnologicamente avançado, capaz de produzir bens e serviços de qualidade nos mercados internacionais. Portugal, na senda da Estratégia de Lisboa, está apostado em modernizar a sua economia, o que passa por investimentos intensivos em capital e tecnologia, pela qualificação dos recursos humanos, pelo aprofundamento da articulação entre as empresas e o sistema científico e tecnológico, quer a nível nacional quer estrangeiro.

Dispomos já de inúmeras de empresas com competências em áreas novas, com experiência em sectores de ponta e uma forte componente de inovação científica, tecnológica e organizacional.

Parece-me, pois, que temos tudo a ganhar da conjugação dos nossos esforços mútuos, da troca de experiências, de um reforço da cooperação bilateral. Quero pois deixar-vos uma palavra de estímulo para que prossigam este diálogo essencial entre instituições de ensino superior e empresas, entre Portugal e a Noruega. Mas quero também expressar um voto de confiança nos empresários noruegueses e portugueses e a esperança de que, esta visita e o seu seguimento, proporcionem contactos e formas de cooperação duráveis, que permitam desenvolver de forma harmoniosa e mutuamente vantajosa as relações económicas e comerciais entre os nossos países.