Discurso de SEXA o PR na visita às instalações da fábrica da Nestlé por ocasião da comemoração do 80º aniversário

Avanca
09 de Março de 2004


Exma. Senhora Embaixadora da Confederação Suiça
Exma. Senhora Secretária de Estado da Indústria, Comércio e Serviços
Exmo. Senhor Presidente da Câmara de Estarreja
Exmo. Senhor Administrador-Delegado da Nestlé Portugal
Exmos. Colaboradores da Empresa
Minhas Senhoras e Meus Senhores

É com grande satisfação que me associo a esta cerimónia comemorativa dos 80 anos da Nestlé em Portugal, visitando as instalações de Avanca, onde tudo começou mercê da visão e do dinamismo de um conjunto de homens de ciência e de indústria.

Avanca confunde-se, aliás, com dois nomes - Egas Moniz e Nestlé, continuadora da Sociedade de Produtos Lácteos que o Professor ajudou a erguer.

Este foi um exemplo pioneiro na industrialização portuguesa do século XX, aproveitando e desenvolvendo recursos naturais desta bela região, com fortes tradições na criação de gado leiteiro, ao serviço de necessidades de saúde pública e permitindo juntar o saber de homens de ciência e o dinamismo de empresários - algo, afinal, ainda hoje tão actual e necessário para o desenvolvimento do País.

A importância desta fábrica de Avanca e dos produtos a ela associados, que ainda hoje povoam o imaginário infantil de tantos de nós, reforça-se ainda mais, se me é permitida uma nota pessoal, para quem, como eu, teve um Pai que foi um homem da Saúde Pública em Portugal.

Mas é a olhar para o futuro que a Nestlé Portugal - e bem - está a comemorar os seus 80 anos. Ela é hoje muito mais do que esta fábrica, estando presente em múltiplas áreas da cadeia alimentar e sendo uma importante força económica do País, com as suas cinco fábricas e quase 1500 colaboradores. E, depois da visita que tive o prazer de efectuar, julgo perceber melhor as bases sólidas em que os seus responsáveis perspectivam o seu desenvolvimento.

Porque é nesta fábrica - a primeira e mais antiga - que se produz com qualidade mundial e se aumenta a produtividade a uma taxa de 3,5%; é aqui que vejo preocupações de desenvolvimento sustentável, com reduções de consumos energéticos e de água; e é aqui que, a par com taxas baixas de acidentes de trabalho, ouço falar em mais de 50% do pessoal a participar em programas de melhoria contínua.

Tudo isto é, como compreenderão, agradável de constatar para quem, como eu, vem insistindo na necessidade de construir o futuro de Portugal com investimento de qualidade e socialmente responsável, que possa ser positivamente discriminado por políticas públicas modernas e selectivas.

Porque, como já muitas vezes afirmei, os problemas complexos que se põem à economia portuguesa não se compadecem nem com a ilusão do proteccionismo, nem com os rituais da auto-desculpabilização dos empresários. Nada substitui e nada dispensa a visão, capacidade de organização e liderança dos empresários que são capazes de enfrentar os desafios e de aproveitar as oportunidades que se lhes apresentam; que estão abertos à inovação e reestruturação que aumentem a produtividade e a competitividade; que se preocupam com as questões do desenvolvimento sustentável e que incorporam nos seus comportamentos a dimensão ética, dentro da empresa e na relação com a sociedade.

É por isto que gostei, francamente, do que vi aqui. Quero por isso, a terminar, deixar uma nota de optimismo que me é propiciada por esta visita, aproveitando para felicitar todos os que trabalham na Nestlé e desejar-lhes um futuro de sucesso e satisfação, aqui em Avanca e nos outros centros de actividade da Empresa.