É com muito agrado que lhe apresento, Senhor Presidente, calorosas saudações de boas-vindas a Portugal, nesta primeira visita de trabalho que efectua ao nosso país.

As relações seculares que unem os nossos povos, patentes, de resto, no magnífico património arquitectónico que faz de Malta um dos lugares míticos do imaginário dos portugueses, estão hoje mais próximas de se ajustar à história e de contribuir para moldar o futuro.

Gente portuguesa, como o Grão-Mestre Vilhena, que repousa para sempre na vossa bela catedral, soube – nas circunstâncias históricas do seu tempo – ser útil à terra de Malta, nela deixando uma memória de capacidade realizadora que ainda hoje perdura.

A adesão de Malta à União Europeia, de que Portugal sempre foi firme e convicto apoiante, vem aproximar de uma forma inédita os nossos dois países, abrindo novas vias à cooperação bilateral. A este propósito, recordo o papel essencial que, então na qualidade de Primeiro Ministro, Vossa Excelência desempenhou para concretizar, em condições por vezes difíceis, a opção europeia de Malta. Foi uma batalha de persistente determinação pessoal e de exemplar visão política, conduzida com inabalável convicção que me parece justo sublinhar neste momento decisivo para o futuro da União Europeia.

Hoje, como parceiros iguais no seio da União Europeia, partilhando os mesmos valores e ideais, beneficiamos de um poderoso incentivo para redescobrir e valorizar a nossa história ancestral comum, potenciar as nossas complementaridades e desenvolver projectos de interesse recíproco.

Devemos, pois, saber aproveitar este contexto particularmente auspicioso para dar um impulso renovado às nossas relações bilaterais no plano político, económico e cultural, colocando-as num patamar muito acima do actual.

Senhor Presidente

Estou em crer que o facto de ter decidido deslocar-se ao nosso país para participar na inauguração do primeiro empreendimento maltês em Portugal e de vir acompanhado pelo Senhor Ministro dos Negócios Estrangeiros é um gesto de grande simbolismo que interpreto como uma manifestação clara do seu empenho em estreitar as relações luso-maltesas, a que nos associamos plenamente.

Estou certo, Senhor Presidente, de que esta sua visita a Portugal contribuirá para inaugurar uma nova etapa no nosso relacionamento bilateral e para reafirmar a nossa comum ambição em desenvolver uma estreita cooperação no seio da União Europeia, tornando-nos parceiros mais unidos e solidários.

Muitos são os domínios em que podemos conjugar os nossos esforços e criar sinergias. Penso, por exemplo, em âmbitos tão diversos como o das políticas regionais, da cooperação em matéria de luta contra a criminalidade internacional organizada ou ainda no importantíssimo diálogo da União Europeia com os povos da margem sul da bacia mediterrânica.

Creio, na verdade, que neste último âmbito, tanto Malta, pela sua posição geo-estratégica no centro do Mediterrâneo, como Portugal, pela sua situação privilegiada na confluência da orla atlântica, têm responsabilidades específicas para ampliar o diálogo entre as duas margens, impedindo que os novos desafios e problemas que agora as confrontam se sobreponham à oportunidade histórica que vivemos.

Termino, na certeza de que esta visita irá contribuir para aprofundar ainda mais o nosso conhecimento mútuo e encorajar o desenvolvimento da nossa cooperação.