Almoço oferecido em sua honra pelo Presidente do Senado, Christian Poncelet

Paris
12 de Abril de 2005


Senhor Presidente do Senado
Senhores deputados
Excelências


Começo por lhe agradecer, Senhor Presidente do Senado, as cordiais e amigas palavras que acaba de me dirigir e que tanto me sensibilizam.

Elas traduzem a excelência das relações entre a França e Portugal bem como a estima particular existente entre os nossos dois povos.

A presença em França de uma numerosa comunidade portuguesa tem contribuído para fortalecer os laços que nos unem. Devemos porém persistir sempre na via do aprofundamento do nosso conhecimento mútuo e do estreitamento da nossa cooperação. Não só porque as nossas sociedades evoluem rapidamente, tornando necessário um esforço redobrado de actualização e acompanhamento, mas também porque vivemos hoje, com a globalização e a construção europeia, num espaço mais integrado que requer um reforço da coesão entre os nossos países e da solidariedade entre os cidadãos.

Senhor Presidente

A Europa dos cidadãos começou certamente nas histórias de emigração de que tantos portugueses foram protagonistas. Mas, entre os movimentos migratórios iniciados na década de 60 e hoje, os nossos países, a Europa e o mundo mudaram substancialmente. Desde já, a integração europeia mudou a face da Europa e as relações entre os seus Estados Membros. À emigração, tantas vezes marcada por práticas discriminatórias e por um sentimento de exclusão, substituiu-se, primeiro, a livre circulação de pessoas e dos trabalhadores, em igualdade de direitos e de regalias, depois a Europa dos cidadãos acompanhada da plena afirmação de direitos políticos, económicos, sociais e culturais. Às vezes, interrogo-me se as nossas sociedades estão suficientemente preparadas para estas transformações, se lhes soubemos transmitir uma cultura de cidadania à medida do projecto europeu.

O debate a que actualmente assistimos sobre a construção europeia, particularmente vivo em França, ilustra bem que está em jogo o nosso destino comum e que, sem o envolvimento e a activa participação dos cidadãos, a Europa não passará de uma casa vazia.

Por isso, considero ser, mais do que nunca, necessário conjugar esforços para vencermos o enorme desafio que representará a ratificação do Tratado Constitucional europeu pelos seus Estados Membros. Para bem dos nossos povos e da Europa.

Peço a todos que me acompanhem num brinde pela felicidade pessoal do Senhor Presidente do Senado, pela amizade entre os povos francês e português, pelo futuro da União Europeia e pela paz no mundo.