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Discurso de SEXA PR por ocasião da Iniciativa Cotec sobre Incêndios Florestais
Centro Cultural de Belém, Lisboa
Senhor Ministro de Estado e da Administração Interna
Senhores Embaixadores Senhor Presidente da COTEC Portugal Senhores Membros da COTEC Minhas Senhoras e meus Senhores
Dirijo-me, em primeiro lugar, à COTEC Portugal, à sua Direcção e ao Coordenador da Iniciativa, Engenheiro Pedro Moura, expressando o meu reconhecimento pela persistência e empenho em prosseguir os projectos que, devido à sua complexidade e premência, exigiram uma forte coordenação de inúmeras entidades, mantendo sempre o espírito que os originou, isto é, de que é vital a aproximação entre os que detêm conhecimento e os que dele necessitam. Este é um bom exemplo prático do papel interventor e, por vezes, pioneiro da COTEC na sociedade. A este respeito gostaria de aproveitar este momento para vos transmitir o meu reconhecimento e satisfação pela forma como a COTEC tem vindo de forma empenhada e progressiva a desenvolver as suas actividades, em articulação com empresas, universidades, autarquias e administração central. Estou certo de que reconhecerão que o balanço destes primeiros anos da sua actividade – que será feito em breve – é francamente positivo e estimulador para o seu futuro. Minhas Senhoras e Meus senhores Os incêndios florestais são um drama nacional. A área arborizada portuguesa que ardeu nos últimos anos afectou de forma irreparável a curto/médio prazo um sector com um peso significativo no Produto Interno Bruto nacional e no total das exportações portuguesas. Ninguém duvida de que o problema dos incêndios florestais, com as consequências por vezes irreparáveis que acarreta, invadiu a agenda de todos nós: dos governantes, dos empresários, dos investigadores e cientistas, de toda a sociedade. Às 18 associadas da COTEC Portugal que patrocinaram esta Iniciativa queria dirigir uma palavra especial. A sua participação financeira e empenhada na Iniciativa constitui a prova de que, em torno de projectos concretos, se consegue gerar um movimento solidário e responsável. O primeiro projecto desta Iniciativa refere-se a aspectos sistémicos que não poderão deixar de ser tidos em conta e que, desde a sessão pública de há pouco mais de um ano, aqui nesta mesma sala, foram apresentados, embora nessa altura de forma preliminar, e têm vindo a ser debatidos e reflectidos em decisões recentes. Os outros dois projectos da Iniciativa procuraram mostrar ao país como tirar partido, em benefício de todos nós, do conhecimento e da tecnologia. Demonstrou-se, como vimos nas três zonas-piloto (Vale de Sousa, Pinhal Interior Centro e Ribatejo), que existem tecnologias e sistemas inovadores que poderão contribuir decisivamente para a eficácia na prevenção e para a rapidez na detecção e primeira intervenção em caso de incêndios florestais. Às equipas de projecto e aos seus Coordenadores os meus votos de que continuem a provar que é possível gerar, aplicar e disponibilizar conhecimento em prol do desenvolvimento sustentável. Os resultados e as conclusões apresentadas conduzem-nos a algumas reflexões: Os diagnósticos da situação portuguesa já foram feitos e são conhecidos. O momento é de acção e de mudança. Repensando o modelo de governação, a participação e o papel dos actores, os instrumentos e os recursos necessários; A importância de assumirmos colectivamente uma nova atitude: a de defesa e de respeito pelo ambiente e pelo património florestal; Os três principais projectos da Iniciativa da COTEC Portugal destacam a necessidade inadiável de tomada de decisões a diversos níveis e de diferentes naturezas; O conhecimento científico e tecnológico existente no país, apesar de, por vezes parecer disperso e de aplicação pouco evidente, pode ser utilizado e valorizado na resolução de problemas nacionais. Aos actores envolvidos nesta Iniciativa e a todos os outros para os quais ela se dirige, o país exige responsabilidade e vontade. Para que, como aconteceu com outros países ou regiões, o problema se resolva num curto prazo.
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