Discurso de SEXA PR por ocasião das Comemorações do 40º Aniversário do Instituto de Soldadura e Qualidade

Instituto de Soldadura e Qualidade (Tagus Park, Oeiras), Lisboa
16 de Novembro de 2005


Minhas Senhoras e meus Senhores:

É com prazer que me associo às comemorações do 40º aniversário do ISQ. O Instituto de Soldadura e Qualidade representa um exemplo de longevidade empresarial radicada na inovação e, sem dúvida, a sua existência ao longo destas quatro décadas contribuiu também de forma activa para a criação de riqueza e formação de quadros em Portugal.

Cabe aqui registar o papel desempenhado pelo ISQ desde o início da sua actividade, na criação de uma massa crítica tecnológica necessária à realização de muitos dos investimentos nacionais e estrangeiros de referência na economia portuguesa nas últimas décadas.

Num mundo que se globalizou aceleradamente, ao longo das últimas três décadas, o ISQ soube também aproveitar as oportunidades que se lhe colocaram e apostar em áreas onde podia ser um inovador e dinamizador de qualidade. Tornando-se um elemento de referência entre o conjunto, já hoje significativo, de empresas com origem, ou sede, em Portugal que procuraram novos mercados aliando a experiência obtida e a criatividade desenvolvida no seu mercado de origem à conquista de novas oportunidades negociais.

O ISQ é, por isso, hoje uma das empresas portuguesas que pode afirmar estar presente, com sucesso, em cinco continentes, em localizações tão distintas quanto o México, Brasil, Angola, França, Noruega, China ou Turquia.

A modernização de Portugal e a sua pertença de pleno ao grupo das sociedades informacionais depende fortemente da percepção de que a actuação das empresas se alterou significativamente.

A capacidade de adaptação à mudança é uma condição decisiva da modernização. Ninguém pode ignorar esta realidade. Nem o sistema político, nem as empresas. O espaço de actuação empresarial tem de ser pensado tomando como base Portugal, mas olhando sempre as oportunidades oferecidas quer pela exportação quer pelo investimento directo em novos mercados. E como muitas vezes tenho já referido, e pode ser exemplificado por esta visita, não há lugar a um futuro próximo, seja para uma empresa, para o Estado ou mesmo para qualquer sociedade, se não houver lugar à criatividade e à inovação.

Sabemos, todos, que o futuro não está escrito em nenhum livro, nem armazenado numa base de dados. E que a sua dimensão é essencial para encarar o presente como o cruzamento de dois processos: o do passado, histórico, e o da mudança, conduzindo a múltiplas possibilidades.

As transformações por que passam as sociedades modernas são cada vez mais rápidas. Por este motivo, a criatividade e a inovação são essenciais para o nosso País. A manutenção de processos ou formas de organização caducos e a recusa em experimentar e avaliar novos procedimentos paga-se muito caro nos dias de hoje.

Temos que apelar a todas as iniciativas que estimulem um clima favorável à tecnologia e à inovação, que criem condições concretas para que a competitividade das organizações e a produtividade das actividades realizadas no nosso país se elevem. Condições que devem incentivar não só a inovação tecnológica e inovação de produtos e serviços, como a inovação na gestão, nas relações de trabalho e na criação institucional, como ainda criar novos modos de encarar questões e problemas.

Relembro um discurso proferido neste mesmo, Tagus Park, há já quase cinco anos, para voltar a reafirmar que é essa abordagem que é essencial para fomentar a esperança, que deve ser a base de uma República Moderna.

A um país para atrair investimento e poder gerar ele próprio investimento endógeno, não basta a realização de políticas que fomentem a inovação, recursos qualificados ou dispostos a se qualificarem para novas funções, um espírito empreendedor e um sistema financeiro e de parcerias que seja propenso ao risco, torna-se também necessário criar a infra-estrutura empresarial base para a prestação de serviços a novas empresas.

O ISQ tem jogado ao longo de muitos anos esse papel. E tem-lo feito com qualidade como atestam algum dos investidores que em Portugal recorrem aos seus serviços, desde o ramo automóvel à produção de energia, da indústria da celulose à construção civil e obras públicas, passando pela Indústria Petrolífera, Química e Petroquímica, até à indústria espacial e instalações científicas internacionais, ou às Infra-estruturas rodoviárias e ferroviárias e o sector das águas e saneamento, entre outros.

A inovação é, hoje, condição necessária para o desenvolvimento e o ISQ é um exemplo de inovação empresarial e também de facilitador de condições de inovação noutras empresas.

Para terminar, quero saudar todos quantos construíram e trabalharam para fazer da actividade centrada no ISQ uma referência no panorama das empresas que temos que criar com vista ao futuro que estamos a construir.

Neste esforço de inovação do futuro, não há cidadãos nem empresas dispensáveis. Não há conhecimento aplicável que não deva ser bem aplicado. Nem capacidade criativa que não possa ser geradora de riqueza.

Também no sector empresarial, tal como na sociedade portuguesa em geral, apenas a confiança nos outros e a capacidade de trabalhar em conjunto para atingir objectivos pode gerar inovação, empresas e aumento da riqueza nacional.

O desejo que aqui formulo, à equipa que ao longo de 40 anos soube apostar na inovação, é que o continue a fazer demonstrando excelência e criatividade. Só um processo de esforço contínuo de inovação e aperfeiçoamento poderá levar as nossas empresas a novos percursos e a novos patamares de desempenho colectivo para o nosso país.

Obrigado pela vossa atenção.