Ao Metropolitano de Lisboa (No acto da sua condecoração com o Título de Membro Honorário da Ordem do Infante D. Henrique)

Palácio de Belém
24 de Julho de 1996


E´ com a maior honra que condecoro o Metropolitano de Lisboa com o grau de Membro Honorário da Ordem do Infante D. Henrique.
Quero, com esta condecoração, distinguir a actividade da empresa no campo da cultura e, em particular, no das artes visuais, apontando como exemplo a acção que, neste domínio, vem desenvolvendo desde a sua fundação, em 1959, e que nos últimos anos tem sido muito ampliada e enriquecida.

Este precioso incentivo para os nossos artistas tem contribuído também para manter e cultivar, em grande escala, uma das nossas mais queridas e características artes decorativas — o azulejo. Por outro lado, a integração de obras de arte nos espaços públicos das estações, constitui, sem dúvida, um importante passo na humanização dos locais onde diariamente milhares de pessoas circulam.

Neste aspecto, a condecoração ora atribuída vem sobretudo premiar a atenção dada à componente humana, por uma empresa, neste campo pioneira, que soube, e bem, desenvolver uma actividade no campo económico e tecnológico, sem desprezar as preocupações culturais e os critérios estéticos das áreas subterrâneas onde quase toda a sua actividade se desenvolve para um vasto público.

O Metropolitano tem desenvolvido, por esta via e como uma opção assumida, uma acção de mecenato particularmente eficaz, consequente e de indiscutível qualidade e critério estético, provando ser possível uma cooperação entre empresas e criadores, em benefício do público e da arte.

Deve ainda salientar-se que esta acção incluiu um vasto intercâmbio artístico com outros países, que é muito prestigiante para Portugal e para os artistas portugueses.

Desejo, neste dia tão especial, saudar e felicitar todos os artistas que demonstraram o seu elevado mérito nas obras realizadas para as estações do Metropolitano. Pelo modo como realizaram o seu trabalho, que constantemente é visto e apreciado por muitos cidadãos, para quem a Arte é assim dada a ver quotidianamente, realizam também uma acção de educação do gosto e de estabelecimento de referências estéticas de qualidade.

Saúdo todos os que trabalharam ou trabalham no Metropolitano de Lisboa, contribuindo para o seu progresso, ao serviço da população. Permito-me destacar o actual Presidente do Conselho de Gerência, Eng.º Alderico dos Santos Machado, e o seu predecessor, o Eng.º Consiglieri Pedroso, aos quais tem incumbido, com as suas equipas, a responsabilidade de responder aos desafios que as grandes mudanças sociais e culturais impõem.

Faço votos de grande êxito para a empresa, no plano económico e no plano cultural, por cuja acção e mérito aqui nos encontramos, testemunhando e prestando pública e reconhecida homenagem.