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Sessão de Abertura da Conferência Internacional "Bibliotecas Públicas: Inventando o Futuro"
Centro Cultural de Belém A minha presença nesta Conferência Internacional traduz o meu muito interesse pelos temas que aqui vão ser tratados e a grande importância que lhes atribuo. Como é reconhecido, com felicidade, no programa dos vossos trabalhos, esses temas têm, naturalmente, um âmbito cultural, mas o seu alcance é também cívico. "Bibliotecas Públicas: Inventando o Futuro" - é este o lema geral da reunião, que tem, penso, uma dupla leitura. Significa, desde logo, inventar o futuro das bibliotecas, fazendo-as participar na espantosa revolução tecnológica da informação e da comunicação que estamos a viver e cujos efeitos, tão surpreendentes, não conseguimos ainda avaliar em toda a sua extensão.
As bibliotecas públicas constituem espaços de sociabilidade, de animação cultural, de abertura e são centros que cumprem várias e importantes funções culturais e sociais. Nessa medida, dão um contributo muito positivo para assegurar a igualdade de oportunidades e combater a exclusão, de que uma das formas que se vem afirmando como mais grave é a exclusão da informação e do conhecimento. As bibliotecas públicas dão possibilidades de aceder à informação disponível e actualizada, envolvendo todas as gerações, desde as mais jovens às mais idosas, e propiciando a coexistência de funções tradicionais com a utilização dos novos recursos tecnológicos. Visando todas as gerações, todos os públicos, todas as regiões, uma rede de bibliotecas contribui decisivamente para a democratização do acesso à informação e para a descentralização cultural, uma vez que, como serviço público, assegura a gratuitidade.
Favorecem também a intervenção dos cidadãos na vida pública, contribuindo para quebrar o isolamento, e tornando disponível uma informação que, pela análise, pela reflexão e pela sua contextualização, se pode transformar em conhecimento, em cultura, em participação.
Os índices existentes e que decerto irão ser aqui ponderados, permitem concluir que a instalação desta rede aumentou os hábitos de leitura, tornando não apenas acessível, mas pondo verdadeiramente em uso uma informação mais vasta e actualizada.
Esta Conferência reúne e técnicos de muitos países e é uma boa ocasião para um debate sobre as várias experiências. Desejo o maior êxito aos vossos trabalhos, felicito os organizadores e saúdo todos os presentes. A democracia portuguesa tem muita honra em acolher os participantes que vêm de fora. Sejam bem-vindos!
Em todas as civilizações, as bibliotecas têm representado o tesouro do saber e da experiência humana acumulados, a sua preservação e a sua transmissão de geração em geração. Dêmos consistência a esse simbolismo e reconheçamos nele a nossa responsabilidade actual - responsabilidade de respondermos aos desafios do presente, contribuindo, assim, para inventar um futuro melhor, mais esclarecido e com menos exclusões.
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