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Cerimónia de Posse do Chefe de Estado-Maior do Exército, General Gabriel Espirito Santo
Palácio de Belém
Acaba Vossa Excelência, Senhor General Espírito Santo, de tomar posse do alto cargo de Chefe do Estado-Maior do Exército, sucedendo ao Senhor General Cerqueira Rocha, de quem aliás, Vossa Excelência foi Vice-Chefe.
Vossa Excelência é um Oficial com uma brilhante carreira ao serviço do Exército, das Forças Armadas e do País, detentor de elevadas qualidades profissionais, reveladas no exercício de funções de comando e estado-maior a nível nacional e internacional e grande conhecedor das realidades do seu Ramo e da profunda reestruturação que nele tem vindo a ser empreendida. Está, pois, creditado para o desempenho da alta função em que foi investido e, por isso, lhe desejo os melhores votos de sucesso no cumprimento da sua missão. Senhor General, A necessidade de adaptação ao novo ambiente de segurança surgido com o fim da Guerra Fria determinou uma revisão global dos conceitos de segurança colectiva, com implicações directas no papel das Organizações Internacionais a ela associadas que tem conduzido à reformulação e progressiva adequação dos respectivos conceitos político-estratégicos. Do mesmo modo, determinou às Nações a necessidade e a urgência da redefinição das suas concepções e prioridades em matéria de segurança e defesa, com incidências ao nível da componente militar e seus sistemas de forças. As Forças Armadas são hoje chamadas a cumprir um quadro muito diversificado de missões que vão desde as tradicionais, relacionadas com a defesa da soberania, às novas missões em prol da Paz. Num contexto de acrescidas exigências, o vector militar revalorizou-se como elemento de afirmação externa dos Estados e os sistemas de forças têm vindo a adequar-se progressivamente aos novos desafios. O sentido desta evolução foi oportunamente percebido a nível interno, empreendendo-se uma profunda reestruturação das Forças Armadas Portuguesas que, embora ainda em curso, consubstanciou já uma melhoria significativa do seu produto operacional, bem patente na crescente disponibilização de Forças e meios para emprego em missões externas e na forma eficiente como elas têm vindo a ser cumpridas. A contribuição das Forças Armadas em tão importantes missões, como sejam as acções em favor da Paz e humanitárias ou as de cooperação técnico-militar com os países africanos de expressão portuguesa, afigura-se como insubstituível na óptica da valorização do papel de Portugal no plano internacional e da defesa dos ideais da Paz, da democracia e da cooperação internacional. Mas a tipologia destas novas missões e a diversidade dos cenários onde podem ser realizadas, exigem também a progressiva adequação e modernização do Sistema de Forças, dentro dos condicionalismos financeiros globais da acção do Estado. Para a prossecução deste objectivo, assumem especial relevância as Leis de Programação Militar, cuja institucionalização e execução representaram já um significativo passo no caminho da modernização das Forças Armadas. Daí a importância do seu prosseguimento e da discussão, nos órgãos próprios, das grandes opções e prioridades a considerar no âmbito da futura Lei, e que marcará, inquestionavelmente, a capacidade operacional das Forças Armadas no próximo século. Não desconheço a complexidade desta tarefa de tão grande alcance nacional, tanto mais que ela decorrerá, em simultâneo, com acções de reestruturação e redimensionamento ainda em desenvolvimento. No tocante ao Exército, estou certo que Vossa Excelência, Senhor General, saberá encontrar as soluções mais adequadas por forma a aproveitar da melhor forma os recursos postos à disposição do Ramo para cumprir as importantes missões que lhe estão confiadas. Reitero-lhe, Senhor General, as minhas sinceras felicitações e quero que saiba que no desempenho das suas funções, poderá sempre contar com o meu apoio institucional e pessoal. Não quero porém terminar sem deixar uma palavra de apreço ao seu ilustre antecessor, o Senhor General Cerqueira Rocha, oficial dotado de grande capacidade de decisão e espírito de missão e cuja acção de comando fica ligada, de forma indelével, ao acréscimo da capacidade operacional do seu Ramo e ao notável desempenho das suas unidades em missões externas que muito prestigiaram Portugal e os Portugueses. Desejo, nesta ocasião, expressar o reconhecimento que lhe é devido pelos elevados serviços prestados ao Exército, às Forças Armadas e ao País. |