Visita à Universidade Eduardo Mondlane

Maputo
29 de Abril de 1997


Não posso deixar de iniciar estas minhas breves palavras por um agradecimento, formal e sincero, pela forma como Vossa Excelência e demais autoridades académicas hoje me receberam. É para mim um grato prazer poder participar numa cerimónia solene desta Universidade. Só lamento que a limitação do tempo restrinja este contacto, que de outro modo gostaria que fosse mais amplo, permitindo-me um maior convívio convosco, a tão breves momentos.
Ficam todavia os gestos, carregados de toda a sua carga simbólica: o do meu empenho em visitar esta Universidade, testemunhando assim o interesse que atribuo a cooperação universitária entre os nossos dois países; e o da disponibilidade do seu magnifico Reitor não só de me receber, num gesto que entendo ser dirigido na pessoa do Presidente da República a todo o povo português, mas, para além disso, de complementar esta cerimónia, já de si significativa, com a assinatura de um Protocolo académico.
Sinto que acabamos de testemunhar a concretização de uma das formas mais nobres de cooperação entre dois países: aquela que cimenta e fortalece a cooperação científica e técnica entre instituições de ensino superior. São protocolos como este que foi assinado, que marcam o caminho que julgo importante aprofundar. Este é um gesto virado para o futuro. É uma aposta no Homem, e no aperfeiçoamento constante da sua cultura e formação, como o maior património de um Estado e o território mais nobre da cooperação institucional entre dois povos.
Do trabalho que se desenvolva entre instituições universitárias depende, em grande medida, o futuro das novas gerações. È a elas, por isso, que devemos dedicar a persistência dos nossos esforços e a aposta em continuar no tempo as diversas experiências que progressivamente vão desenvolvendo as relações entre as instituições universitárias portuguesas e moçambicanas e que se vão constituindo, elas próprias, num património de conhecimento recíproco que se deve preservar.
Quero, por isso, deixar-vos uma palavra de incentivo ao aprofundamento desta cooperação que agora se formaliza. Espero que esta bela cerimónia fique como o símbolo de um caminho que possa ser percorrido por outras instituições. O desenvolvimento de uma estratégia de parcerias universitárias, assente na clara identificação, por parte dos moçambicanos, das suas necessidades, encontrará, estou certo disso, eco na total disponibilidade das Universidades portuguesas para responder às solicitações que venham da parte moçambicana.
Uma estreita cooperação universitária, baseada no rigoroso respeito pelas autoridades académicas respectivas constituirá um dos pilares essenciais do relacionamento bilateral.
Sei que este é um caminho muito importante para o futuro. Mas o futuro é feito de percursos, que não só não podem ser esquecidos, mas também devem, muitas vezes, ser distinguidos e sublinhados.
Vossa excelência, Magnifico Reitor é um desses homens cujo obra merece ser distinguida. Por isso, eu não poderia deixar, nesta cerimónia pública, de deixar de manifestar o meu reconhecimento pela qualidade e a dimensão pública do seu percurso, onde me permito destacar o decisivo trabalho realizado por Vossa Excelência à frente da Comissão Nacional de Eleições.
É com muito gosto que agracio Vossa Excelência com o Grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.