Visita à Escola Portuguesa de Quelimane

Quelimane
02 de Maio de 1997


Quando me contaram como surgiu e foi ganhando corpo o sonho de aqui criar uma Escola, sem outros grandes apoios além da boa-vontade, do engenho e da generosidade de um punhado de portugueses, decidi imediatamente incluí-la no programa da minha visita a esta bela cidade de Quelimane.
A obra aqui desenvolvida, com o esforço e o empenho conjugados de um grupo de pessoas solidárias e de boa vontade, é um exemplo estimulante cujo potencial de emolução gostaria de ver ecoar em toda a vasta geografia por onde, pelas sete partidas do mundo, se dispersam e enraizaram comunidades portuguesas.
Não posso deixar de registar, ainda, a minha enorme satisfação pelo facto de o corpo de alunos desta Escola ser formado quer por crianças portuguesas quer por moçambicanas. É muito grato saber que, nos bancos da escola, se vão partilhando saberes, cimentando cumplicidades e forjando amizades entre a juventude de dois povos unidos por indeléveis laços de cultura, língua e afecto. A ela pertence um futuro que desejo pleno de ventura e de sucessos.
É imbuído de um sentimento de profunda emoção que quero testemunhar publicamente a admiração que me suscita a obra notável que esta Escola representa e prestar a minha homenagem, em nome do Povo Português, à Senhora D. Marlene Ferreira, que - se me permitem a expressão - é, de alguma forma a alma deste projecto e o coração desta casa. Daí ter deliberado agraciá-la hoje com a Comenda da Ordem do Mérito, como manifestação do nosso apreço e reconhecimento por todos aqueles que aqui dão o contributo do seu generoso trabalho e dedicação.