Posses dos Chefes do Estado-Maior da Força Aérea e do Estado-Maior do Exército

Palácio Nacional da Ajuda
19 de Março de 1998


Começo por cumprimentar Vossas Excelências, Senhor General Alvarenga e Senhor General Barrento, no momento em que tomam posse dos altos cargos de Chefe do Estado-Maior da Força Aérea e de Chefe do Estado-Maior do Exército.
Senhor General Alvarenga,
Vossa Excelência é um Oficial altamente prestigiado e detentor de uma notável e invulgar folha de serviços, prestados à Força Aérea e a Portugal.
Conhecemos os seus atributos de militar ilustre e distinto, o seu espírito de abertura e isenção, e a determinação com que encara e exerce as missões que lhe são confiadas.
A forma eficiente e dignificante como soube desempenhar, nomeadamente, as recentes funções de Representante Militar Nacional no Quartel-General da Organização do Tratado do Atlântico Norte, sempre pautada na óptica dos superiores interesses nacionais, fazem prova dos elevados méritos que lhe são unanimemente reconhecidos e atestam que Vossa Excelência é um Oficial particularmente apto para o exercício do alto cargo de chefia da Força Aérea Portuguesa.
Apresento-lhe, pois, Senhor General, as minhas sinceras felicitações e desejo-lhe o maior êxito no cumprimento da sua nova missão.
Senhor General Barrento,
Sei que Vossa Excelência é um Oficial com provas dadas, altamente conceituado e considerado no seio da Instituição Militar, e de reconhecidas qualidades intelectuais e profissionais reveladas ao longo de uma brilhante carreira ao serviço do Exército e do País.
A elevada experiência que possui, alicerçada no exercício de uma vasta plêiade de funções, de âmbito nacional e internacional, e o profundo conhecimento que tem das realidades do seu Ramo e das doutrinas estratégicas e militares contemporâneas, creditam-no para o desempenho da alta função em que foi investido.
Estou certo que desempenhará essas funções com o espírito de missão e o saber que são seu apanágio, pelo que lhe desejo os mais sinceros votos de sucesso no cumprimento da sua missão.
Na qualidade de Chefe de Estado e de Comandante Supremo das Forças Armadas tenho-me sempre empenhado na defesa do prestígio e dignificação das Forças Armadas que considero essenciais para a coesão e unidade do Estado e para a afirmação da identidade portuguesa.
Nunca é demais realçar o carácter nacional da Instituição Militar, a sua identificação com a Nação e a importância da preservação dos princípios e valores que dão sentido e continuidade à sua existência. Como também não é demais salientar que a existência das Forças Armadas está intimamente ligada à essência do próprio Estado e aos conceitos de soberania e de independência nacional.
O mundo vive uma nova era em que a afirmação dos Estados passa muito pelo papel que possam desempenhar na gestão internacional das crises e nas tarefas de cooperação, e as Forças Armadas Portuguesas estão já nessa era, com dignidade e dedicação, prestando mais um inestimável serviço a Portugal.
A contribuição das Forças Armadas em tão importantes missões afigura-se como insubstituível e, por isso, sempre me tenho pronunciado em favor da sua modernização e reequipamento, sem prejuízo do seu igualmente necessário redimensionamento.
É uma tarefa essencial que temos perante nós, poder político, chefias militares e militares em geral, complexa mas ao mesmo tempo motivadora, que desafia as nossas capacidades, mas que enfrentaremos em conjunto com determinação e com o sentido de subordinação permanente aos superiores interesses do Estado.
Privilegiando uma estreita cooperação institucional entre os órgãos de soberania e a instituição militar, trata-se de encontrar as soluções que melhor sirvam a prontidão e a eficiência das Forças Armadas, e que no fundo potenciem a sua capacidade global para o cumprimento das nobres e exigentes missões que lhes incumbem.
Na prossecução deste objectivo nacional, todos contamos com a capacidade e a superior competência de Vossas Excelências, Senhores Generais, não só para dar continuidade às reformas e modernização dos Ramos que agora passam a chefiar, como também para procurar as melhores opções que permitam preparar as Forças Armadas do próximo século.
Reitero-lhes, Senhores Generais, as minhas sinceras felicitações e quero que saibam que, no desempenho das vossas funções, poderão sempre contar com o meu apoio institucional e pessoal.
Não quero porém terminar sem deixar uma palavra de louvor e apreço que é devida aos vossos ilustres antecessores.
Ao Senhor General Aleixo Corbal, oficial de grande craveira e determinado na defesa dos interesses superiores da Força Aérea, com o qual sempre mantive relações de grande cordialidade pessoal e de estreita colaboração institucional. E ao Senhor General Espírito Santo, que recentemente foi investido na mais alta função de chefia das Forças Armadas.
A ambos desejo, nesta ocasião, expressar o reconhecimento que lhes é devido pelos elevados serviços prestados aos Ramos que superiormente chefiaram, às Forças Armadas e ao País.