Jantar oferecido, pelo Ministro da República para a Madeira

Palácio de São Lourenço - Funchal
23 de Março de 1998


O edifício onde nos encontramos representa um marco e uma marca na história da Madeira. Nesta fortaleza, nestes salões, sente-se o passado e sobre nós pesa a carga de todos os sentidos que a História atribuiu à função que este edifício desempenhou face a Portugal e face à Madeira.
Por exercício intelectual podemos inventariar o percurso da construção do imaginário popular sobre a Fortaleza de S. Lourenço, e até as utilizações políticas que desse imaginário foram feitas. Mas a função de quem tem responsabilidades políticas não é essa. A nós cumpre-nos deixar a marca do nosso tempo, construir o Futuro e não reconstruir o passado.
Creio, Senhor Ministro, que nas suas mãos repousa a redacção do novo imaginário popular sobre o Palácio de S.Lourenço, sede da representação da República na Região. A sua responsabilidade é invejável. Dispor da possibilidade de deixar uma marca na História, contribuindo para a coesão nacional, é privilégio de poucos.
Cabe a Vossa Excelência dar conteúdo a uma visão moderna do relacionamento com a Região, porque outro tem de ser o olhar da República sobre as Regiões Autónomas.
Só uma prática de diálogo, de cooperação construtiva e de ponderado rigor assegurará o interesse da Região e de Portugal.
Este é o tempo para construir uma nova página das relações entre Governo e Autonomias. Congratulo-me com o facto de serem já evidentes os sinais desse novo relacionamento. Quer o Governo da República, quer os governos das Regiões Autónomas precisão de reunir todos os esforços e meios possíveis para garantir o desenvolvimento do país.
A V.Exas, Senhor Presidente da Assembleia Legislativa e Senhor Presidente do Governo Regional cabe idêntica responsabilidade. A história que ficará como História e não como episódio precisa do vosso contributo. Este é também o momento de um novo relacionamento da Região com a República.
A Madeira tem diante de si sérios desafios, nomeadamente no capítulo da sustentabilidade dos actuais patamares de desenvolvimento económico e na erradicação das carências sociais que ainda subsistem.
Esta página da História tem de ser escrita. É em nome dela que me encontro em visita oficial à Madeira. Este edifício passará então de símbolo do passado a monumento do regime que em nome da Liberdade e da Democracia consagrou as Autonomias Regionais para que elas sejam também um espaço de Liberdade e de Democracia.
Brindo, a Vossas Excelências e ao vosso compromisso com a História
Viva Portugal.