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Inauguração do Aeroporto da Madeira
Madeira Excelências, Minhas Senhoras e Meus Senhores A inauguração das obras do Aeroporto da Madeira assinala a conclusão de um empreendimento de grande impacto para a Região Autónoma e para o país. A ampliação deste Aeroporto, conferindo-lhe uma capacidade intercontinental, correspondia a uma necessidade imperiosa, reconhecida, quer pelo Governo Regional, quer pelo governo da República, como condição essencial de desenvolvimento. A dimensão do investimento necessário tornou imprescindível a conjugação de recursos financeiros oriundos de fundos europeus, dos orçamentos de Estado e da Região, bem como de fundos próprios da Empresa Ana, Aeroportos de Portugal.
Primeiro, o de uma visão estratégica para o desenvolvimento do país. O governo regional e o governo da República identificaram uma necessidade da qual dependia a continuidade e o reforço das capacidades de desenvolvimento económico e social da Madeira. Fizeram-no atempadamente e realizaram-na em tempo oportuno, aproveitando as circunstâncias de que o país dispunha, fruto da disponibilidade de fundos europeus e de um ciclo longo de crescimento económico. Na vida dos países, um dos piores erros que se podem cometer é o de não se ser capaz de identificar as prioridades de investimento de que depende o futuro colectivo e as oportunidades que as conjunturas expansionistas oferecem.
Só assim se pode assegurar a coesão do todo nacional. Não se pense que o facto de Portugal ser um país pequeno e culturalmente homogéneo lhe confere uma unidade natural e expontânea. Pelo contrário, as assimetrias existem e ameaçam a coesão, pelo que exigem um combate permanente. A construção da unidade de um país é um trabalho permanente e uma responsabilidade indeclinável de cada geração.
Em terceiro lugar sublinho o princípio da estabilidade e continuidade nas opções estratégicas fundamentais para o país. Esta obra atravessa vários actos eleitorais e diversos governos, de partidos distintos. Todos souberam honrar compromissos assumidos como compromissos nacionais.
A Democracia portuguesa precisa sempre de dispor de partidos políticos fortalecidos e acreditados aos olhos do eleitorado, capazes de gerar opções credíveis, de avaliar em cada momento as condições de governabilidade do país e de contribuir positivamente para ela, num quadro de compatibilização com os seus interesses e objectivos próprios. Reconheço que vivemos um momento singular, perante o qual cada um de nós tem responsabilidades próprias. As minhas são inquestionavelmente perante os portugueses no seu todo, porque na isenção da minha magistratura não podem caber considerações partidárias. Como tem acontecido todos os anos, à apresentação do Orçamento de Estado na Assembleia da República corresponderá um diálogo alargado tendo em vista a sua votação. Como sempre, é preciso dar espaço para esse diálogo no quadro parlamentar, procurando que ele se desenrole sem dramatismos, e com os vários interlocutores possíveis e disponíveis.
Excelências,
Antes de terminar devo, porém, fazer justiça ao empenhamento daqueles de que dependeu esta obra notável. Aos primeiros-ministros e ministros da Obras Públicas dos governos do PSD e do PS que tornaram possível esta realização. Ao Senhor Presidente do Governo Regional da Madeira, Dr. Alberto João Jardim pelo empenho persistente na viabilidade de uma obra decisiva para a Região.
Esta é, sem dúvida, uma grande realização da engenharia portuguesa que se integra e projecta no futuro uma tradição de grande qualidade da nossa engenharia que há muito ultrapassou fronteiras. Do contributo de todos nasceu esta obra que ficará como mais um símbolo material do Portugal moderno de que todos nos orgulhamos. |
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