É também esse o entendimento do Estado Português e é esse o significado da minha presença aqui.

De facto, o Portugal democrático garante, entre os seus direitos fundamentais, a liberdade religiosa e assegura o respeito pelas manifestações dos fiéis dos diferentes credos e também por aqueles que não têm religião.
   
A tolerância afirma-se perante o que é diferente e é uma condição de paz e de convivência. Partilhamos com Mahatma Gandhi, cuja estátua inaugurámos, o mesmo desejo de um mundo solidário, fraterno e pacífico. Partilhamos também com essa grande figura do nosso século a compaixão pelos que sofrem e o respeito por todos os seres da Natureza.

Lisboa, com a edificação deste Templo e de um novo centro cultural, ficará mais rica e com uma ampliada e mais viva diversidade multicultural.

Este acto inaugural representa o culminar de um intenso trabalho desenvolvido pela comunidade Hindú em Portugal, desde 1976. Saúdo, neste momento, todos aqueles que, com a sua iniciativa o seu trabalho e o seu apoio, contribuíram para que este sonho se tornasse realidade.

Este Templo, que estará ao serviço da Comunidade Hindu, constitui também um símbolo de universalidade e de respeito pelos outros. Esses são valores muito caros aos portugueses e estão inscritos no melhor da nossa tradição cultural e histórica, que tem o humanismo universalista como referência fundamental.

Acreditamos que o Mundo do próximo milénio terá de ser construído num efectivo, e não apenas retórico, diálogo ecuménico de culturas, civilizações e religiões, que deve começar no interior de cada sociedade.