Sessão de Encerramento do Congresso Internacional sobre Jornalismo e Internet

Coimbra
29 de Março de 2001


No encerramento dos trabalhos deste Congresso, permito-me dirigir-vos algumas palavras que encerram o significado da minha presença.

Em primeiro lugar, é evidente a importância da Comunicação Social e é notória a fase de transição que vamos vivendo no sector, cada vez mais influente na formação da opinião pública.

Assistimos, nos últimos anos, a um crescimento enorme das televisões, a par da explosão da internet. Estamos às portas de mudanças ainda maiores, decorrentes da revolução tecnológica, que nos levarão nos próximos anos ao aparecimento de mais umas dezenas de canais televisivos digitais e talvez a centenas de canais temáticos com emissão no cabo.

Na mesma lógica se percebe que o fenómeno da Internet poderá caminhar no sentido de uma multiplicação de publicações, umas de carácter mais genérico, outras procurando nichos de mercado e uma segmentação do público que resultará das capacidades interactivas oferecidas pela rede.

Tantas mudanças, como sempre resulta da evolução, trarão novos problemas sociais, políticos e éticos. Problemas que são próprios do progresso mas que não nos devem assustar e muito menos paralisar. Antes temos que os debater, explorar caminhos, procurar as melhores soluções.

É neste sentido que quero dedicar maior atenção ao sector da Comunicação Social. A melhor forma de vencermos estes desafios que o futuro nos oferece é exactamente a capacidade de analisarmos e discutirmos os diferentes problemas. Ouvi com muito interesse a conferência do Senhor Pavlik, tal como tomei conhecimento dos debates de ontem e de hoje de manhã.

Devo manifestar o meu especial agrado por constatar que jornalistas e futuros jornalistas, professores e investigadores universitários vão debatendo as questões mais prementes desta profissão de jornalistas.

Agora, a uma segunda nota que quero salientar. Tenho-me debruçado frequentemente sobre as questões decisivas da nossa Educação e em especial do papel das Universidades na promoção da Investigação e da sua interligação com a realidade. Este é, Magnífico Reitor, um bom exemplo.

É, assim, que, nas Universidades, uma boa parte do nosso futuro pode ser melhor preparado.

Finalmente, uma palavra de apreço e de reconhecimento entusiástico para o trabalho do Instituto de Estudos Jornalísticos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

Os meus parabéns à sua directora, Dra. Isabel Vargues, e toda a sua equipa.

Compreenderão todos, no entanto, que estenda as minhas felicitações a um dos mentores deste curso de Jornalismo cujo pioneirismo é reconhecido unanimemente.

Sente-se neste ambiente o espírito inquiridor, a inabalável capacidade de vontade de se questionar a si próprio e à sua profissão, a curiosidade permanente sobre o que o rodeia e a incessante pesquisa de novas respostas que fizeram do Mário Mesquita um grande jornalista e, hoje, um importante investigador e professor de Comunicação Social.