Jantar Comemorativo do 90º Aniversário da Câmara de Comércio

Lisboa
19 de Abril de 2001


Senhor Embaixador

Senhor Presidente da Câmara de Comércio Luso-Britânica

Minhas Senhoras e meus Senhores

É com muito gosto que me associo a este jantar comemorativo do 90º aniversário da Câmara de Comércio luso-britânica, organização que tem desempenhado um notável papel na promoção do comércio e do investimento entre Portugal e o Reino Unido.

Poucos serão os países que se poderão orgulhar de uma relação tão antiga e tão rica como a existente entre Portugal e o Reino Unido. Nessa relação, que é de aliança, de amizade, e de respeito mútuo, sempre as trocas comerciais desempenharam papel de relevo, contribuindo para aproximar os nossos povos e para o seu enriquecimento mútuo.

As nossas relações comerciais mergulham na noite dos tempos. Regulá-las foi, aliás, o objecto do primeiro tratado entre Portugal e a Inglaterra, que data de 1294, e assinala, do ponto de vista formal, o início das relações políticas e diplomáticas entre os dois países.

Outro marco na história dessas relações é, sem dúvida, o Tratado de Methuen, assinado em 1703, regulando o comércio de vinhos e têxteis entre Portugal e o Reino Unido. Objecto de grande controvérsia na historiografia portuguesa, esse tratado ficou também famoso na literatura económica, por ter sido utilizado pelo economista inglês David Ricardo, para ilustrar os benefícios do livre-câmbio, baseado na teoria das vantagens comparativas.

Mais recentemente, refiro, naturalmente, a nossa participação na EFTA criada em 1960, em larga medida por inspiração do Reino Unido, e que permitiu a Portugal iniciar um processo de liberalização e de abertura ao exterior da sua economia, que em muito contribuiu para a modernização do país.

Hoje parceiros na União Europeia, Portugal e o Reino Unido continuam a disfrutar de uma sólida relação comercial. Representa o Reino Unido o nosso quarto mercado de exportação e quinto mercado de importação no âmbito da União.

Podemos pois dizer, sem exagero, que a acção da vossa Câmara de Comércio se inscreve numa longa e rica tradição, da qual legitimamente nos orgulhamos e que queremos prolongar no futuro.

Permitam-me, pois, que faça um brinde ao futuro da Câmara de Comércio Luso-Britânica, exprimindo-lhe o meu reconhecimento pelo seu labor a favor das relações entre os nossos dois países e endereçando-lhe uma palavra de estímulo ao prosseguimento da sua meritória acção.