Cerimónia de Condecoração do Pintor Fernando Calhau

Lisboa
07 de Maio de 2001


Agradeço a hospitalidade da Fundação Calouste Gulbenkian ao acolher-nos para este acto de reconhecimento e felicito o seu Conselho de Administração e a direcção do Centro de Arte Moderna por esta reabertura e pelas belas exposições apresentadas: a de Fernando Calhau e a de Rui Sanches.


Meu Caro Fernando Calhau

A homenagem que, em nome do País, lhe presto, é-lhe devida com inteira justiça por tudo o que tem feito para afirmar e projectar a arte contemporânea portuguesa. Como responsável por esta área, primeiro, na Secretaria de Estado e, depois, no Ministério da Cultura, Fernando Calhau deu um contributo fundamental à definição de uma política cultural dinâmica e atenta aos valores da contemporaneidade.

A sua acção foi fundamental para a internacionalização da nossa arte contemporânea e para o reconhecimento dos artistas portugueses. A nossa entrada nos circuitos internacionais e a nossa presença nos grandes acontecimentos mundiais de arte foram sendo cada vez mais marcantes, prestigiando a cultura e o nome do país. Posso dar disso testemunho nalgumas visitas que fiz, nomeadamente à Bienal de Veneza.

No plano interno, deve-se a Fernando Calhau a constituição das colecções da Secretaria de Estado da Cultura e da Caixa Geral de Depósitos. E também se lhe deve a meritória actividade de descentralização cultural, que levou exposições a todo o país, criando novos públicos para a produção artística do nosso tempo.

Esta acção foi possível porque Fernando Calhau, para além de um artista notável e de um homem de cultura, soube dedicar-se ao serviço público, talvez até em prejuízo de visibilidade da sua obra de pintor e desenhador.

Por tudo isto, entendo que Fernando Calhau merece o reconhecimento do país. Ao condecorá-lo com o Grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, agradeço-lhe, em nome de Portugal, o muito que tem feito pela arte e pela cultura portuguesas.