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Homenagem a Aristides de Sousa Mendes
Bordéus
Homenagear a memória de Aristides de Sousa Mendes é querer que perdure a lembrança da sua actuação e que o seu exemplo seja uma referência viva para as gerações presentes e vindouras. Com a minha presença aqui, é Portugal que honra a sua memória, num gesto de tributo que tem valor de símbolo.
Um povo sem memória é um povo sem futuro, impossibilitado de aprender, comparar e escolher livremente padrões, valores e princípios de vida.
A sua actuação correspondeu a uma decisão solitária em prol da humanidade, ditada pela urgência da situação, que salvou dezenas de milhar de vidas. Pagou caro os seus gestos, mas a história deu-lhe razão. Esta homenagem que hoje lhe prestamos, no lugar que foi testemunho da sua liberdade de espírito e grande generosidade de coração, tem um sentido de reparação e é um gesto simbólico de justiça e de reconhecimento do Portugal livre e democrático. Aristides de Sousa Mendes mostrou que a opressão e a ameaça não conseguem vencer a liberdade da consciência, o espírito esclarecido e a fé na humanidade. Por isso, queremos manter vivo o seu exemplo, para que seja uma referência na Europa que estamos empenhados em fazer vingar, uma Europa pautada pelos valores da liberdade, da justiça e da tolerância. Creio que não poderia haver melhor augúrio para este propósito do que a presença aqui de uma assistência tão variada, constituída por homens e mulheres de diferentes nacionalidades, confissões e ideários. Muito obrigado a todos.
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