Discurso do Presidente da República por ocasião do lançamento do livro "Árvore das Virtudes - 38 Anos com a Cidade"

Porto
04 de Outubro de 2001


A apresentação da obra “Árvore das Virtudes – 38 anos com a cidade”, no ano em que decorre a “Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura, tem um especial significado.

O livro que hoje aqui é apresentado dá-nos a conhecer, com pormenor, a história e a vida da Cooperativa Árvore, ao longo de quase quatro décadas. A criação desta cooperativa deveu-se, sobretudo, ao empenho cívico e cultural de um grupo de cidadãos que apostou na criatividade, na diversidade, iniciando uma actividade cultural dedicada à Cidade do Porto e ao Norte do país, mas voltada para tudo o que na arte contemporânea foi acontecendo.

As acções de intercâmbio cultural e de abertura às novas correntes artísticas que a Árvore tem desenvolvido, ao longo da sua existência, demonstraram bem o acerto dos pressupostos e objectivos que estiveram na sua origem. Essa actividade tem permitido o contacto com as mais diversas correntes artísticas da vanguarda mas, é importante salientar isso, fazendo-o sempre numa perspectiva pedagógica.

Hoje, podemos, de facto, apreciar os resultados das orientações que nortearam os seus fundadores, mas devemos também recordar as dificuldades - e não terão sido poucas - para que se chegasse até aqui, e o esforço que foi feito para os vencer. Lutar por uma nova pedagogia artística e pela divulgação de novas correntes artísticas, nos idos anos 60 e princípios de 70, não era, como todos sabemos, tarefa fácil.

Quero, por isso, prestar a minha homenagem, em nome de Portugal, a todos os fundadores e às numerosas personalidades que, ao longo de tão notável existência, têm colaborado e participado, das mais diversas formas, nas actividades de uma das mais prestigiadas instituições culturais do Porto e do País.

A todos os colaboradores deste Livro “ÁRVORE DAS VIRTUDES” dirijo também as minhas saudações calorosas. Este álbum constitui um valioso testemunho e põe em relevo o exemplo de uma obra nascida da acertada vontade de um grupo de cidadãos, que esta cidade não esquecerá. Mas não é, nem quer ser apenas um testemunho comemorativo do passado. O seu impulso essencial visa continuar a obra feita, acrescentá-la, enriquece-la e assegurar a sua continuidade no futuro.