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AGRACIAMENTO DO PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA
Este acto que nos reúne aqui e nos faz partilhar os mesmos sentimentos de congratulação e de louvor constitui a homenagem nacional que prestamos a José Saramago, Prémio Nobel da Literatura de 1998.
Ao agraciá-lo com o grau máximo e excepcional da Ordem Militar de Santiago da Espada, o Grande-Colar, testemunho-lhe reiteradamente, em nome de Portugal, o mais vivo reconhecimento por este Prémio, que é seu, e que nos enche de alegria, pois consagra universalmente um grande escritor português e uma obra que tem dado à nossa literatura e à língua que falamos uma projecção ímpar e um grande prestígio. Meu Caro José Saramago: Estamos aqui todos para o homenagear: representantes dos orgãos de soberania, dos partidos políticos, das autarquias, das instituições culturais, da sociedade em geral. Mulheres e homens de cultura, de todos os domínios de actividade, jornalistas, também a sua família e muitos dos seus amigos e dos seus admiradores, entre os quais, como sabe, eu me conto. A solenidade deste acto é, por isso, envolvida pelo calor da amizade, do apreço, da afeição. Uma obra literária constrói-se numa dupla e paradoxal situação, feita, ao mesmo tempo, de solidão e de comunicação, do que é individual e do que é colectivo. A voz do escritor é, muitas vezes, a voz de todos e a voz de todos está, tantas vezes, na voz do escritor. Os livros de José Saramago têm muitos leitores, atravessaram fronteiras, estão presentes em todo o lado. Estou certo de que, de alguma maneira, esses leitores estão também aqui para o saudar. Meus Amigos, Temos o grande contentamento de poder contar com a presença, tão cheia de significado, de escritores distinguidos com o Prémio Camões. Aqueles que, pela idade ou por motivos de saúde, não puderam fazer uma longa viagem, pediram, expressamente, para que, em espírito e em intenção, os considerássemos aqui entre nós, associados a esta homenagem. A defesa, a divulgação e a valorização da língua portuguesa, que é comum a 200 milhões de pessoas e que tem no Prémio Camões um dos seus símbolos maiores, assume para nós o valor de um compromisso, que agora renovamos. Disse José Saramago, no Brasil, exactamente no momento em que recebeu o Prémio Camões: "Quero pensar que, num futuro próximo, já que não poderá ser imediato, todos esses países - Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Portugal, consoante as disponibilidades humanas e financeiras de cada um, possam elaborar e pôr em funcionamento um plano de trabalho conjunto, atento, naturalmente, às circunstâncias e exigências nacionais, mas visando, com um espírito generoso e aberto, a preservação equilibrada e a difusão eficaz da língua portuguesa no mundo, mas também, e sobretudo, no próprio interior dos países que a falam, os nossos."
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