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Discurso do Presidente da República por ocasião da Visita às Instalações do Banco de Portugal e da Valora
Carregado
Senhor Governador e restantes Membros do Conselho de Administração do Banco de Portugal
Senhor Presidente da Comissão Nacional do EURO Senhores Presidente e Administrador da Imprensa Nacional Casa da Moeda Senhor Presidente da Valora Senhoras e Senhores Jornalistas Minhas Senhoras e Meus Senhores
O Banco de Portugal, a Casa da Moeda, a Comissão Nacional do EURO, cujos máximos representantes aqui reuniram comigo reforçaram a minha confiança e o meu optimismo. Devo felicitá-los, desde já, pelo excelente trabalho desenvolvido pelas suas instituições e outras entidades que com elas trabalham neste gigantesco processo. De igual modo devo saudar os órgãos de comunicação social e, através dos jornalistas aqui presentes, agradecer-lhes o seu contributo para a divulgação do EURO e o esclarecimento dos portugueses. A partir do próximo dia de Ano Novo, o EURO será, assim, uma realidade quotidiana, visível e palpável para nós portugueses, e para mais de 300 milhões de cidadãos, em doze países europeus. O escudo serviu como moeda nacional durante quase 90 anos e é natural que possamos sentir estranheza, enquanto não nos familiarizarmos com o EURO. Mas não há razão para saudosismos, sentimentalismos ou receios. Devemos aceitar bem a substituição do escudo pelo EURO e confiar na nossa nova moeda. O EURO, servirá Portugal e representa, no plano simbólico, a nossa pertença à Europa e a nossa vontade de reforçarmos o processo de construção europeia. As vantagens do EURO começaram logo na fase de preparação da economia portuguesa para a moeda única. Saliento , a título de exemplo, as descidas da inflação e das taxas de juro que facilitaram o
Além disso, sendo o EURO uma moeda internacional comum, também poderemos facilmente comparar os preços dos bens e serviços nos Estados-membros da Zona EURO, uma vez que todos estarão denominados na mesma unidade monetária. O EURO contribuirá assim para a maior transparência dos preços e, por esta via, para o aumento da concorrência no comércio dos bens internacionalmente transaccionáveis, o que também deverá reverter em benefício para os consumidores. Atrevo-me a referir o que é conhecido, pois acho necessário salientar algumas vantagens do EURO. Penso que, quanto mais os portugueses reconhecerem os benefícios da nossa nova moeda internacional, mais entusiasticamente a aceitarão e mais tranquilamente se processará a substituição integral do escudo pelo EURO. Essa substituição é uma tarefa complexa que vem sendo cuidadosamente preparada e executada há já algum tempo, tanto na parte relativa à logística da produção e distribuição de notas e moedas, como na parte respeitante à sensibilização, informação e esclarecimento das pessoas e das empresas. As informações disponíveis sobre o estado da nossa preparação comparam bem com a dos outros países europeus. Temos, pois, razões para confiar que as coisas vão correr bem. No entanto, numa operação desta dimensão e natureza, devemos contar sempre com algumas dificuldades ou inconvenientes temporários. Essas dificuldades serão mais sentidas enquanto não passarmos o período de dupla circulação e entrarmos na fase de exclusividade do EURO. Assim, relativamente à conversão dos preços de escudos para EUROS há, como é sabido, alguma apreensão sobre a possibilidade de a mesma poder originar algumas ligeiras subidas de preços, a pretexto da fixação de preços psicológicos ou de preços redondos em EUROS. Confio na responsabilidade social dos comerciantes, na vigilância dos consumidores e na fiscalização das autoridades públicas para que não se verifiquem abusos ou aproveitamentos. A cerca de um mês da entrada em circulação do EURO gostaria de deixar quatro breves mensagens: Primeira: A informação sobre o EURO não é apenas uma obrigação das autoridades públicas, mas sim uma responsabilidade de todos, razão por que apelo aos portugueses para que se informem e se preparem, atempadamente, para que a transição para o EURO decorra com a normalidade esperada e a adaptação à nova moeda se faça sem dificuldades de maior; Segunda: Os portugueses devem desejar, confiar e aceitar bem o EURO, não havendo razões para reticências, receios ou inquietações no que respeita à substituição do escudo pelo EURO. Terceira mensagem: O EURO, criado para permitir à Europa preparar melhor o seu futuro, facilita e melhora a vida dos europeus que, livre e voluntariamente, aderiram ao projecto, entre os quais nos orgulhamos de estar desde o início. Já beneficiámos e continuaremos a beneficiar com o EURO. Quarta mensagem que daqui quero deixar: As notas e moedas de EURO que dentro de 32 dias serão o meio de pagamento dos portugueses e de mais onze povos europeus, serão também um símbolo da identidade europeia e, como esperamos, um catalisador do aprofundamento da integração europeia. Partilhar voluntariamente uma moeda comum é também uma manifestação concreta da vontade de partilhar um futuro comum com outros povos europeus. A esta luz, o EURO é mais do que uma simples moeda. O próximo dia 1 de Janeiro de 2002 representará, sem dúvida, um acontecimento económico e político da maior importância para o futuro da Europa e de Portugal. Estamos orgulhosos por termos conseguido chegar aonde chegámos. Estamos confiantes de que venceremos as dificuldades e avançaremos no sentido da unidade europeia. Portugal está de corpo inteiro nesse combate pelo nosso futuro e pelo futuro da Europa.
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