A especial e sentida emoção com que me dirijo a todos vós, militares e elementos da PSP a desempenhar uma missão em prol da paz, não é por certo estranha ao facto de aqui me encontrar, cinco anos decorridos, a repetir o contacto então estabelecido com uma força nacional destacada para o teatro de operações da Bósnia.

Quero expressar hoje, de forma renovada, o reconhecimento de Portugal pela missão que desempenham com tanta eficácia e dedicação, contribuindo com grande profissionalismo para a inestimável forma como as Forças Armadas cooperam na satisfação dos compromissos internacionais do Estado Português e conferindo, num tempo de ameaça aos nossos valores e às nossas vidas, uma nova dimensão à protecção internacional dos direitos do Homem, à paz e ao progresso das instituições democráticas.

Os camaradas que vos precederam prestando serviço nas várias missões militares e de polícia, neste martirizado território da Bósnia Herzegovina, souberam aliar, na sua actuação, um marcado profissionalismo e um grande sentido de humanidade e respeito pelas diferenças socioculturais, étnicas e religiosas das pessoas que aqui encontraram.

Se hoje se sentem as consequências positivas de um longo caminho de paz, iniciado em 1995, em Dayton-Ohio, e da decisão posterior de criar a Implementation Force / IFOR, se as desconfianças se desvaneceram e as populações locais acreditam na validade e nos bons propósitos da presença de forças militares e de polícia multinacionais no seu território, deve-se, em muito, à presença e à prestação desinteressada de tais homens e mulheres, sempre prontos a afirmar a nossa identidade de "povo da mediação europeia com vocação universal".

Sois os representantes de Portugal. Estais a dar o vosso contributo para a nossa afirmação na Europa e no Mundo, para a defesa comum e para a segurança colectiva, sendo que, a segurança e defesa do nosso País é indissociável da segurança da Europa e da defesa colectiva e solidária dos nossos aliados da comunidade transatlântica.

Recordo que a presença de um significativo contingente nacional na missão das Nações Unidas para a implementação dos acordos de paz para a Bósnia Herzegovina, marcou a primeira intervenção de Portugal num teatro de guerra na Europa desde a I Grande Guerra.

A vossa presença na Bósnia tem um duplo significado que advém, por um lado, dos deveres de Portugal como membro responsável da comunidade internacional, que o leva a actuar ao lado dos nossos aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte.

Por outro lado, sois a expressão, nesta vossa missão, da nova confiança dos Portugueses, restaurada com a democracia, que lhes permitiu assumir com empenho a construção de uma Europa unida pelos valores da justiça, da liberdade e da convivência pacífica entre culturas, condição essencial de paz e de progresso.

E é pelo bem precioso da paz que vos dispusestes a deixar o convívio das vossas famílias e dos vossos amigos para enfrentar incertezas, adversidades e perigos, num gesto altruísta, que o Presidente da República vos quis, de forma presente, assegurar que o povo português compreende e valoriza profundamente.

Muitas felicidades para o cumprimento desta difícil missão

A todos, um grande e reconhecido abraço.


			Discurso do Presidente da República por ocasião da sua deslocação à Bósnia Herzegovina Visoko 05 de Março de 2002 A especial e sentida emoção com que me dirijo a todos vós, militares e elementos da PSP a desempenhar uma missão em prol da paz, não é por certo estranha ao facto de aqui me encontrar, cinco anos decorridos, a repetir o contacto então estabelecido com uma força nacional destacada para o teatro de operações da Bósnia. Quero expressar hoje, de forma renovada, o reconhecimento de Portugal pela missão que desempenham com tanta eficácia e dedicação, contribuindo com grande profissionalismo para a inestimável forma como as Forças Armadas cooperam na satisfação dos compromissos internacionais do Estado Português e conferindo, num tempo de ameaça aos nossos valores e às nossas vidas, uma nova dimensão à protecção internacional dos direitos do Homem, à paz e ao progresso das instituições democráticas. Os camaradas que vos precederam prestando serviço nas várias missões militares e de polícia, neste martirizado território da Bósnia Herzegovina, souberam aliar, na sua actuação, um marcado profissionalismo e um grande sentido de humanidade e respeito pelas diferenças socioculturais, étnicas e religiosas das pessoas que aqui encontraram. Se hoje se sentem as consequências positivas de um longo caminho de paz, iniciado em 1995, em Dayton-Ohio, e da decisão posterior de criar a Implementation Force / IFOR, se as desconfianças se desvaneceram e as populações locais acreditam na validade e nos bons propósitos da presença de forças militares e de polícia multinacionais no seu território, deve-se, em muito, à presença e à prestação desinteressada de tais homens e mulheres, sempre prontos a afirmar a nossa identidade de "povo da mediação europeia com vocação universal". Sois os representantes de Portugal. Estais a dar o vosso contributo para a nossa afirmação na Europa e no Mundo, para a defesa comum e para a segurança colectiva, sendo que, a segurança e defesa do nosso País é indissociável da segurança da Europa e da defesa colectiva e solidária dos nossos aliados da comunidade transatlântica. Recordo que a presença de um significativo contingente nacional na missão das Nações Unidas para a implementação dos acordos de paz para a Bósnia Herzegovina, marcou a primeira intervenção de Portugal num teatro de guerra na Europa desde a I Grande Guerra. A vossa presença na Bósnia tem um duplo significado que advém, por um lado, dos deveres de Portugal como membro responsável da comunidade internacional, que o leva a actuar ao lado dos nossos aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte. Por outro lado, sois a expressão, nesta vossa missão, da nova confiança dos Portugueses, restaurada com a democracia, que lhes permitiu assumir com empenho a construção de uma Europa unida pelos valores da justiça, da liberdade e da convivência pacífica entre culturas, condição essencial de paz e de progresso. E é pelo bem precioso da paz que vos dispusestes a deixar o convívio das vossas famílias e dos vossos amigos para enfrentar incertezas, adversidades e perigos, num gesto altruísta, que o Presidente da República vos quis, de forma presente, assegurar que o povo português compreende e valoriza profundamente. Muitas felicidades para o cumprimento desta difícil missão A todos, um grande e reconhecido abraço.