Discurso do Presidente da República por ocasião da Entrega do Prémio Fernando Namora

Estoril
14 de Maio de 2002


Aqui estamos, de novo, para fazer a entrega do Prémio Fernando Namora, homenageando assim a memória de um escritor que não esquecemos e distinguindo uma autora que se tem afirmado pela qualidade e pela autenticidade da sua obra.

Quero felicitar a Sociedade Estoril-Sol por ter criado este Prémio, mantendo-o e prestigiando-o. O apoio das empresas à cultura representa o assumir de uma responsabilidade social que me é muito grato saudar. É também o sinal de que vivemos numa sociedade mais moderna e mais europeia, que quer fazer da aposta na cultura, na educação e na ciência um investimento no futuro. Para o prestígio deste Prémio também tem contribuído muito o júri com as suas escolhas criteriosas.

Minha Cara Teolinda Gersão:

Já não é a primeira vez que tenho o prazer de lhe entregar um Prémio importante. Faço-o hoje, novamente, com muito gosto, reiterando-lhe a expressão da minha estima e do meu apreço.

A sua obra inscreve-se no movimento que nas últimas duas décadas tem renovado a nossa ficção, trazendo-lhe novos temas e motivos e recorrendo a novas técnicas narrativas. Este Prémio é, por isso, de inteira justiça.

Minhas Senhoras e Meus Senhores,

Fernando Namora, com a sua obra e com a sua vida, ensinou-nos que a dignidade de cada ser humano é inseparável da dignidade de todos os seres humanos. Ensinou-nos ainda que a solidariedade é a resposta que, nos momentos difíceis, devemos dar.

Vivemos tempos incertos, sujeitos a várias tentações e a vários riscos. Evocar o exemplo de Fernando Namora é, por isso, lembrar a responsabilidade que temos de defender os valores humanistas em que acreditamos, pois essa é ainda uma forma de defendermos a cultura e a liberdade.