Discurso de SEXA PR por ocasião da assinatura da Declaração da Trégua Olímpica (versão em português)

Atenas
02 de Dezembro de 2002


Senhor Ministro dos Negócios Estrangeiros e Vice-Presidente do Centro Internacional para a Trégua Olímpica
Senhor Presidente do Comité Olímpico Internacional e do Centro Internacional para a Trégua Olímpica
Minhas Senhoras e Senhores

É-me particularmente grato associar-me a esta feliz iniciativa, destinada a reavivar a nobre tradição das tréguas olímpicas que, na Grécia antiga, era princípio sagrado.

Como bem nos lembra Heródoto, esta era uma regra que os gregos cumpriam com óbvia naturalidade, que só aos bárbaros surpreendia. Nem a iminência de perigos nem a preparação de guerras eram razões suficientes para demover os helenos do seu propósito de paz. A paz era, a seu ver, um correlato do jogo.

Lutava-se, não pelo prémio, que não tinha valor pecuniário, mas unicamente pela honra, pelo prazer de alcançar a perfeição e de saborear a glória. A realização das Olimpíadas como, de resto, de outros jogos era uma ocasião de o homem se afirmar como ser superior, ser de educação e de cultura, e de a polis se manifestar como espaço de convivência e de cidadania.

É na firme convicção de que estas tradições olímpicas encerram uma mensagem universal e de que a paz é uma legítima aspiração partilhada por todos os homens, que subscrevo esta Declaração a favor da Trégua Olímpica, na esperança de que, no mundo conturbado em que vivemos, ela nos possa servir de bússola e ponto cardeal.