1º Congresso Empresarial de Viseu

Viseu
25 de Fevereiro de 1999


Gostaria em primeiro lugar de manifestar a minha satisfação por estar presente neste 1º Congresso Empresarial da Região de Viseu.

Satisfação que radica, em particular, na constatação que, nesta região, a dinâmica empresarial se mantém forte e voltada para o futuro.

Não estamos, com efeito numa das zonas do litoral, que um certo estereotipo mental, muito nosso, tem feito crer serem as únicas aptas a criar um dinâmica empresarial de modernidade e de qualidade.

Tenho combatido persistentemente esta ideia. Do meu ponto de vista, todas as regiões do País, sejam do interior, do litoral ou de transição, têm em si próprias potencialidades de progresso que podem e devem ser utilizadas.

Esta minha convicção que já existia anteriormente ficou, aliás, reforçada pelas conclusões que retirei do colóquio sobre Perspectivas de Desenvolvimento do Interior que promovi em Junho de 1997 e que bem demonstrou que muito se pode realizar, mesmo nas zonas mais carenciadas.

O maior inimigo do desenvolvimento regional não são as carências objectivas, por importantes que sejam - e são-no certamente - mas sim o desânimo, o cruzar de braços, a autocomiseração.

É por isso com muito regozijo que verifico que neste distrito, considerado em tempos como uma das regiões que não conseguiam acompanhar o dinamismo geral do País, se encontra, pelo contrário um tecido empresarial cada vez mais pujante e voltado para os desafios do futuro.

Viseu é um bom exemplo de como não existe nenhum determinismo geográfico ou cultural que impeça o desenvolvimento.

Sei, no entanto, que não é fácil desenvolver actividade empresarial em muitas zonas do nosso País.

Tenho tido oportunidade de constatar, nas inúmeras visitas que tenho realizado por todo o território nacional, as dificuldades de toda a espécie com que o interior se debate.

Mas isso não é razão para fatalismos. Se existem dificuldades e carências existem também certamente potencialidades que importa aproveitar.

A melhoria das infraestruturas e das qualificações da mão de obra, o generalizar do acesso à informação, a possibilidade de inserção em redes empresariais, constituem oportunidades que podem ser utilizadas para o desenvolvimento em todas as regiões do País.

O colóquio que hoje se inicia irá certamente ocupar-se de questões como estas e constitui em si mesmo um indicador claro de que nesta região se encara a sério a actividade empresarial.

Felicito pois a Associação Industrial da Região de Viseu pela realização deste colóquio e desejo o maior sucesso para o desenrolar dos seus trabalhos.