Discurso de SEXA PR por ocasião do Banquete de Estado oferecido em Sua honra pelo Presidente da República da Letónia

Riga
14 de Maio de 2003


Senhora Presidente
Minhas Senhoras e meus Senhores

Agradeço-lhe, Excelência, as suas amáveis palavras de boas vindas, bem como a oportunidade que nos dá para conhecer a Letónia e sua bela capital, Riga, na qual reconhecemos marcas de história e de cultura que indiscutivelmente fazem dela uma grande cidade europeia.

Encontro-me entre vós num momento particularmente auspicioso para a Letónia. O desígnio tão tenazmente perseguido por sucessivos governos do vosso país de integrar a União Europeia e a Aliança Atlântica está em vias de ser concretizado. Portugal, que sempre apoiou o alargamento destas duas organizações, felicita-se por este resultado de alcance histórico, que dará um contributo inestimável para a estabilidade e a prosperidade da Europa.

A nossa própria experiência permitiu-nos concluir que a adesão a estas duas organizações constitui, sem dúvida, na sua complementaridade, um poderoso factor de confiança e de desenvolvimento. Estamos certos de que será também essa a experiência vivida pela Letónia.

Futuros parceiros na União Europeia e aliados na NATO, temos toda a vantagem em desenvolver as nossas relações bilaterais, seja no plano político, económico ou cultural. Quero, com esta visita contribuir para esse fim, partilhando experiências, desenvolvendo cumplicidades, aprofundando o nosso conhecimento recíproco.

Afim de incentivar as trocas económicas entre os dois países, faço-me acompanhar por uma importante delegação de homens e mulheres de negócios, oriunda dos mais diversos sectores de actividade. Dos múltiplos contactos que serão estabelecidos com os vossos empresários, nascerão certamente novas oportunidades.

No aspecto cultural, toca-nos o facto da língua e cultura portuguesa ser já ensinada na Universidade da Letónia. É um interesse que procurarei incentivar. Também teremos o gosto de partilhar convosco a nossa experiência na União Europeia, num seminário organizado em colaboração com o vosso Ministério dos Negócios dos Estrangeiros.

Orientados por um sentimento de justiça e solidariedade para com os países candidatos, sempre nos batemos pelo alargamento, no entendimento também de que o seu maior beneficiário seria, em última instância a própria União Europeia, que nada ganharia em se fechar sobre si mesma, voltando as costas aos desafios, por vezes difíceis, da mudança e da inovação.

Pensamos, no entanto, que o alargamento deverá ser acompanhado por um progressivo aprofundamento do processo de integração europeia, sem o qual a União não poderá consolidar-se e progredir, quer do ponto de vista político, quer económico. Temos, por isso, participado com empenho nos trabalhos da Convenção, de que se espera venha a resultar um tratado constitucional que consagre um certo número de valores para nós fundamentais: a igualdade entre os Estados, o reforço do método comunitário, a coesão económica e social. Conjuntamente, continuaremos a perseverar nesse sentido.

Construir uma Europa mais unida e mais coesa na qual todos os europeus, sem prejuízo da sua identidade nacional, se possam reconhecer, obriga-nos a uma tarefa paciente de aproximação entre os povos, para a qual, encontrando-nos hoje aqui, pretendemos contribuir. É por isso com todo o prazer que peço a todos os presentes que levantem o seu copo num brinde à amizade entre Portugal e à Letónia, à prosperidade do povo letão e à felicidade pessoal de Vossa Excelência.