Discurso de SEXA PR no banquete oferecido em Sua honra pelo Presidente da República da Lituânia, Sr. Roland Paksas

Vilnius
15 de Maio de 2003


Senhor Presidente
Minhas Senhoras e meus Senhores

Encaro com particular alegria e emoção esta visita de Estado que tenho a honra e o prazer de efectuar à Lituânia, a primeira de um Chefe de Estado português ao vosso país.

A Lituânia é um Estado com pergaminhos antigos na história da Europa. A partir do século XIII, quando pela primeira vez se tornou independente, o vosso país desempenhou um papel de grande importância, que gravou na memória do seu povo a consciência de um destino próprio.

Admiramos, na Lituânia, a determinação com que retomou em mãos esse destino, enveredando, sem hesitação nem demora, pela via da democracia e da economia de mercado e apostando, sem cuidar do cepticismo de muitos, na integração na União Europeia e na Aliança Atlântica.

É por isso motivo de regozijo encontrar-me em Vilnius neste momento de grande significado para o vosso país, em que a Lituânia está prestes a tornar-se membro de pleno direito dessas duas organizações que constituem os pilares da estabilidade e prosperidade da Europa.

Pertencer a ambas tem sido, para Portugal, factor de maior segurança, prosperidade e influência. O mesmo, estou certo, sucederá com a Lituânia. Saúdo por isso a decisão soberana do povo lituano, ao sufragar por margem expressiva a opção europeia tomada pelos seus governantes.

Agora que seremos, dentro em breve, parceiros e aliados, abre-se uma nova época para as relações entre os nossos dois países. Importa, por isso, dar-lhes um novo conteúdo, aprofundar o nosso conhecimento recíproco, encontrar novas cumplicidades e complementaridades. Espero que esta visita seja o ponto de partida para este processo.

Países situados nas fronteiras da União Europeia, atribuímos naturalmente a maior importância às relações com as regiões vizinhas. Acreditamos que a expansão da União Europeia aos países da Europa Central e Oriental trará também benefícios para aqueles com quem faz fronteira.

Sempre apoiámos o alargamento, por convicção de que a União Europeia deve permanecer um projecto aberto a todos aqueles em condições e com a vontade de nele participar. Agora que este grande desígnio está em vias de se concretizar, é tempo de criar as condições para que a União Europeia se possa consolidar e progredir, tanto no plano político como económico.
O projecto de dotar a União Europeia de um tratado constitucional, que está em discussão no quadro da Convenção, merece por isso todo o nosso apoio. A par do alargamento, importa prosseguir a tarefa do aprofundamento da União, de modo a que ela possa estar à altura dos desafios do novo século.

Os nossos dois Governos têm procurado concertar as suas posições em relação a esta matéria, afim de garantir que a desejável reforma da União se processe de acordo com as ideias que ambos defendem: defesa do princípio da igualdade entre os Estados, reforço do método comunitário, manutenção do objectivo da coesão económica e social. Espero que esse trabalho prossiga e dê frutos.

Queremos que, dessa reforma, possa igualmente surgir uma União Europeia mais capaz de se afirmar no plano internacional, de modo a promover os valores de tolerância, diálogo e solidariedade que são os seus e dos quais, a justo título, se orgulha.

Senhor Presidente

Em meu nome, no de minha Mulher e de todos os que me acompanham nesta visita, quero agradecer-lhe a hospitalidade e a oportunidade que nos deu de conhecer a Lituânia.

Permita-me, para terminar, que levante o meu copo num brinde ao desenvolvimento das relações entre os nossos dois países, à prosperidade do povo lituano e à felicidade pessoal de Vossa Excelência e de sua Mulher.