Nasceu em Coimbra, no dia 1 de Maio de 1872, filho de Sidónio
Alberto Pais e de Rita da Silva Cardoso Pais. Morreu vítima
de um atentado, na Estação do Rossio, em 14 de Dezembro de
1918.
ACTIVIDADE PROFISSIONAL
Em 1888, inicia a carreira militar, entrando para a Escola do Exército
e para a arma de Artilharia. É promovido a alferes em 1892, a tenente
em 1895, e a capitão em 1906.
Paralelamente àquela, desenvolve uma outra, a de professor universitário,
frequentando a Universidade de Coimbra e licenciando-se em Matemáticas
em 1898. É nomeado professor catedrático da cadeira de Cálculo
Diferencial e Integral daquele estabelecimento de ensino superior e aceite
como professor da Escola Industrial Brotero da qual virá a ser director
em 1911.
PERCURSO POLÍTICO
Desde os tempos da Universidade de Coimbra que se manifestou partidário
das ideias republicanas, conspirando contra o regime monárquico.
Data desta época a sua filiação na Maçonaria,
na Loja "Estrela de Alva", em Coimbra, com o nome de irmão Carlyle.
Após a implantação da República é chamado
para desempenhar os seguintes cargos:
-
Deputado à Assembleia Nacional Constituinte;
-
Ministro do Fomento do governo de João Chagas, desde 24 de Agosto
de 1911;
-
Ministro das Finanças do governo de Augusto de Vasconcelos, desde
7 de Novembro do mesmo ano;
-
Representante do Governo nas manifestações do primeiro aniversário
da implantação da República, na cidade do Porto;
-
Ministro de Portugal em Berlim, desde 17 de Agosto de 1912, cargo que desempenhou
até 9 de Março de 1916, data em que a Alemanha declarou guerra
a Portugal.
Após o seu regresso a Portugal, assume-se como figura principal
de contestação ao Governo democrático e encabeça
o golpe de estado de 5 de Dezembro de 1917, que acaba vitorioso, após
três dias de duros confrontos. Neste contexto vai desempenhar
as funções seguintes:
-
Presidente da Junta Revolucionária, desde 8 de Dezembro de 1917;
-
Presidente do Ministério, ministro da Guerra e dos Negócios
Estrangeiros, desde 11 de Dezembro do mesmo ano;
-
Presidente da República, desde 27 de Dezembro, até nova eleição;
-
Presidente da República, eleito por sufrágio directo, desde
9 de Maio de 1918.
ELEIÇÕES E PERÍODO PRESIDENCIAL
Sidónio Pais modifica a lei eleitoral, sem sequer se dar ao trabalho
de consultar o Congresso e é eleito Presidente da República
por sufrágio directo dos cidadãos eleitores, obtendo, em
28 de Abril de 1918, 470 831 votos. Foi proclamado em 9 de Maio do
mesmo ano.
Durante o seu senado, são dignos de realce os seguintes factos:
-
Em Fevereiro, é alterada a lei da separação entre
a Igreja e o Estado;
-
Em Março, é declarado o sufrágio universal;
-
Em Abril, as tropas portuguesas são derrotadas na batalha de La
Lys,
-
Em Julho, são reatadas as relações com a Santa Sé.
Passado o estado de graça, sucedem-se as greves, as contestações,
e as tentativas de pôr fim ao regime sidonista. Em resposta,
este decreta o estado de emergência em 13 de Outubro. Consegue
recuperar momentaneamente o controlo da situação, mas o movimento
de 5 de Dezembro estava ferido de morte. Nem a assinatura do armistício,
em 11 de Novembro, nem a mensagem afectuosa do rei Jorge V de Inglaterra
correspondente ao acto vem melhorar a situação. Em
5 de Dezembro, Sidónio sofre um primeiro atentado, durante a cerimónia
da condecoração dos sobreviventes do Augusto de Castilho,
do qual consegue escapar ileso. Não conseguiu escapar ao segundo,
levado a cabo por José Júlio da Costa que o abateu a tiro,
na Estação do Rossio, em 14 de Dezembro de 1918. |
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