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VISITA VIRTUAL AO PALÁCIO
DE BELÉM
O palácio visto do Jardim de Buxo. Ao centro uma bandeira de cor verde com o escudo nacional: o pavilhão
do Presidente da República que quando hasteado indica a sua presença
em Belém.
Por aqui entram os convidados do Presidente da República e visitas oficiais. Esta rampa é anterior à construção do edifício principal, servia de acesso à Quinta do Outeiro das Vinhas e por ela já subiam, no fim do século XV, os frades jerónimos que habitavam o casarão (a Arrábida). No lado esquerdo da subida está o antigo Pátio das Equipagens onde antes se encontravam as cavalariças e depósitos de coches e arreios. Actualmente estão as instalações do Museu da Presidência da República. A rampa termina no Pátio dos Bichos. É junto a esta entrada que se realiza, no 3.º Domingo de cada mês,
às 11h., a Rendição Solene ou Render da Guarda, relizado
pela guarda de honra do Palácio Nacional de Belém.
Ao entrar no Pátio dos Bichos vê-se ao lado direito a fachada poente do palácio. Aqui, nota-se pela diversidade da construção, a junção dos dois edifícios: a Arrábida e o palácio. Porém, quando da construção do palácio, efectuada por D. Manuel de Portugal em finais do século XVI, esta fachada era distinta da actual - apresentava um torreão, um pórtico e escadório duplo de acesso ao andar nobre, todos exteriores. Posteriormente, foi construída uma parede que os ocultou e interiorizou. Vemos agora, em seu lugar, uma porta central, duas laterais, e três janelas de sacada. Ao fundo do pátio encontra-se um muro com uma fonte e várias portas gradeadas que foram, em certa época, ocupadas por animais selvagens provenientes de África. Antes disso, admite-se que as mesmas tenham sido celas de frades. Muito mais tarde, no princípio do século XIX, época em que a quinta estava um pouco ao abandono, havia leões nas jaulas e elefantes no pátio, o que constituía um pequeno jardim zoológico aberto ao público. Também se conta que foi em duas jaulas que o marquês de
Távora e seu filho, passaram a sua última noite, tendo sido
executados na manhã seguinte no Largo de Belém, acusados
de implicação no atentado contra o rei D. José.
Na escada de acesso à Sala das Bicas podemos ver o pórtico
de pedra (anteriormente exterior) e os vitrais das janelas posteriormente
introduzidas.
A sala das Bicas possui chão de mármore preto e branco, nas paredes silhares de azulejos policromos e bustos de jaspe representando imperadores romanos, um enorme lustre de bronze, reposteiros em cor escura com o escudo de D. João V (sem coroa), o tecto de madeira pintado e duas bicas que dão o nome à sala. Imagens desta sala são transmitidas frequentemente na televisão, sempre que os convidados do Presidente da República são entrevistados. A Sala toma o nome do conjunto de bicas feitas com carrancas de leões em mármore, vertendo água sobre tanques ovais igualmente em mármore. O tecto de masseira executado em época posterior à da
sala, século XVIII, foi pintado pelo artista italiano Giacomo Azzolini.
Em 1992 foi totalmente recuperado por restauradores do Instituto José
de Figueiredo.
À direita da Sala das Bicas fica a Sala de Jantar num corpo do palácio que não fazia parte da edificação primitiva construída no século XVI por D. Manuel de Portugal. Este acrescento foi feito pelo 3.º conde de Aveiras nos fins do século XVII. Houve um período (1980-1985) em que esta sala serviu de museu expondo os presentes oferecidos ao Presidente Ramalho Eanes. Voltou depois à sua função de sala de refeições para convidados estrangeiros em visita a Lisboa. Os móveis desta sala são de estilo império. Nas
paredes encontram-se: uma Natureza-Morta, da escola holandesa do
século XVII, pintada a óleo sobre tela, por Jan David de
Heem (1646), e quatro medalhões em mármore com bustos de
imperadores romanos.
À esquerda da Sala das Bicas fica a Galeria dos Retratos,
preparada em 1985 para receber os retratos dos Presidentes da República.
Aí se encontram expostos os retratos pintados a óleo sobre
tela de Manuel de Arriaga e Teófilo Braga (por Columbano), Bernardino
Machado (por Martinho da Fonseca), Sidónio Pais, Canto e Castro
António José de Almeida (por Henrique Medina), Teixeira Gomes
(por Columbano), Óscar Carmona (por Henrique Medina), Craveiro Lopes
(por Eduardo Malta), António de Spínola (por Jacinto Luís),
Costa Gomes (por Joaquim Rebocho), Ramalho Eanes (por Luís Pinto-Coelho)
e Mário Soares (por Júlio Pomar).
A Sala de Jantar comunica com o primeiro dos três salões da zona nobre do Palácio - já assim fora concebido no tempo de D. Manuel de Portugal. Para além do tecto, têm especial relevo: um quadro da escola de Rubens representando Cristo Vencendo a Morte e um par de raros jarrões de porcelana de São Petersburgo. O mobiliário dourado data da época do rei D. Carlos. O sumptuoso tecto da Sala Dourada foi executado no século XVIII, é apainelado, tem uma pintura central alegórica e quatro medalhões nas quadras, rodeados de uma profusão de ornatos de talha dourada. Por trás da Sala Dourada existe uma pequena capela
onde foram baptizados o rei D. Manuel II e o seu irmão, o príncipe
Luís Filipe, e ainda, Miguel o segundo filho do Presidente Ramalho
Eanes.
A Sala Império - assim conhecida por estar decorada com móveis desse estilo -, também chamada Sala Verde, chamou-se anteriormente Sala dos Retratos ou dos Presidentes - por nela se encontrarem até 1985 os retratos dos Presidentes da República - e antes disso Sala D. João V - pela presença em dada altura de um magnifico busto do rei que agora se encontra no Convento de Mafra. Na parede onde antes se expunham os retratos, encontra-se agora um quadro de grandes dimensões que contém um elemento curiosamente semelhante ao existente no centro do tecto pintado: um medalhão de D. João VI. Debaixo dos tecidos que revestem as paredes, há ainda vestígios de frescos pintados nas sobreportas, executados provavelmente no século XIX durante as obras de beneficiação do rei D. Carlos. Julga-se que foi nesta sala central do andar nobre que se deram diferentes encontros de importância política, nomeadamente o episódio em que D. Maria II, então residindo no palácio, enfrentou Passos Manuel durante a Belenzada. Um sofá tipicamente império. O tecto da Sala Império de pintura a fresco, tem ao centro uma
grande alegoria com um medalhão de D. João VI sobreposto,
e nos painéis laterais cenas marítimas invocando os Descobrimentos.
Segue-se a Sala Azul também chamada Sala dos Embaixadores. O tecto é igualmente apainelado e foi em tempos muito mais rico e elaborado. Nos últimos trabalhos de restauro só foi possível manter do original as armas dos Bragança e Orleans nas quadras dos topos, pintadas em 1886, quando D. Carlos e D. Amélia se instalaram no palácio depois do casamento. O lustre que constitui uma peça rara, com a águia bicéfala, foi adquirido por D. Fernando de Saxe Coburgo-Gotha (D. Fernando II, principe consorte, marido de D. Maria II), em Veneza, no ano de 1863. De acordo com a informação que nos chegou, terá sido uma encomenda da Casa Real Russa a um fabricante de vidro de murano, nesta cidade italiana, encomenda que nunca chegou a ser contestada. O tapete de Beiriz, com desenhos e cores invulgares, representa aves exóticas aparentemente de inspiração brasileira. Esta foi a sala de estar da rainha D. Amélia durante a sua estada neste palácio (1886-1889). Também nesta sala, foi exposto ao público e velado, o corpo do Presidente Sidónio Pais. Actualmente, aqui se realizam as tomadas de posse individuais de membros do Governo e aqui os embaixadores estrangeiros entregam as suas cartas credenciais ao Presidente da República. Em cima do fogão da sala está exposto um quadro a óleo,
escola francesa, séculos XVIII-XIX, atribuído a Louis J.
F. Lagrenée, representando Minerva e as Artes. De cada lado um par
de jarrões azuis chineses.
Comunicando com a Sala Azul está o Gabinete de Trabalho do Presidente. Este espaço é simétrico da Sala de Jantar e portanto também foi acrescentado ao palácio pelo 3.º conde de Aveiras. Durante muitos anos foi quarto de cama, nele dormiram alguns reis e
alguns hóspedes ilustres da Coroa. Este quarto sofreu várias
transformações. Entre as últimas consta as que se
fizeram para a acomodação de D. Amélia em 1886, obra
em que participaram os artistas Columbano e Malhoa. Novamente em 1929,
para receber o Rei Afonso XIII de Espanha, fizeram-se inovações
e entre elas a transformação dum pequeno gabinete em luxuosa
casa de banho revestida a mármore negro, embora depois o monarca
não tenha chegado a vir a Portugal. Finalmente fez-se a instalação
do gabinete de trabalho do Presidente Ramalho Eanes. Antes disso o gabinete
do Presidente da República era noutro local e esta era a sala onde
reunia o Conselho de Estado. Foi aqui que o Presidente António Spínola
leu a sua declaração de renúncia ao cargo,
Esta sala tem mobiliário de estilo Luís XVI, um belo contador
indo-português, um conjunto magnífico de mesa e duas cadeiras
em pau-santo estilo D. José, um armário português em
pau-santo dos séculos XVII-XVIII, um tapete oriental, uma tapeçaria
francesa, dois quadros a óleo sobre tela do século XVII,
um da escola holandesa de Dirck Van Berghen (1645-1690) representando Uma
Feira, o outro da escola italiana, cujo tema é: Anjo Anunciando
o Nascimento do Menino.
A actual sala onde reúne o Conselho de Estado, é a mesma
que D. Maria II, em 1852, adaptou a sala de baile e onde na época
tiveram lugar alguns bailes íntimos da corte.
É pelo actual Pátio das Damas que se faz o movimento geral do palácio. Este, pouco conserva do tempo de D. Manuel de Portugal, em que era mais acanhado, rodeado de pequenas construções de serviço da quinta e de instalações da criadagem, sem acesso ao exterior. Quando D. João V substituiu estas construções por novas cavalariças e um depósito de coches, junto ao velho picadeiro, implantou sobre a Ribeira dos Gafos uma calçada - a Calçada da Ajuda. Actualmente o pátio está limitado à esquerda de quem entra, pelas traseiras do Museu dos Coches (antigo picadeiro), ao fundo pelo muro do Jardim de Buxo e pela ala nascente do palácio e à direita pelo Palacete construído no início deste século pelo rei D. Carlos, para alojar as comitivas dos visitantes oficiais. Foi então que derrubou as velhas construções, ampliou o pátio e abriu um portão para a Calçada da Ajuda. |